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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sínodo para acabar com sangue fratricida na África

O relator geral, cardeal Turkson, expõe os temasPor Jesús ColinaCIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 5 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- O Sínodo dos Bispos da África procura levar finalmente paz e justiça à África, continente dessangrado por conflitos fratricidas, assegurou nesta segunda-feira seu relator geral, ao expor para discussão os temas da assembleia.O cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, arcebispo de Cape Coast (Gana), na longa relação anterior à discussão, redigida em inglês (ele não a leu inteira, mas o Vaticano a publicou em sua integridade), explicou que o objetivo deste sínodo consiste em que os católicos do continente se convertam sem "servos da reconciliação e do restabelecimento da justiça".Em sua análise, o purpurado africano, de 60 anos, mostrou como o continente e a própria Igreja mudaram, desde 7 de maio de 1994, quando João Paulo II concluiu formalmente em Roma o primeiro sínodo africano.No começo do pontificado do Papa Karol Wojtyla, o número de católicos africanos era de aproximadamente 55 milhões. Em 1994, ano em que se celebrou a 1ª Assembleia Especial para a África, do Sínodo dos Bispos, seu número era de cerca de 102.878.000 de fiéis, isto é, 14,6% da população africana.Hoje, dos 943.743.000 habitantes da África, os católicos são 164.925.000, isto é, 17,5%, revelou pouco antes o arcebispo Nikola Eterovic, secretário-geral do Sínodo dos Bispos.Do primeiro sínodo da África, que teve por tema "A Igreja na África e sua missão evangelizadora frente ao ano 2000. ‘Sereis minhas testemunhas' (Atos 1, 8)", surgiu a exortação apostólica pós-sinodal assinada por João Paulo II com o título Ecclesia in Africa, em Iaundé (Camarões), no dia 14 de setembro de 1995.O segundo sínodo africano, que concluirá no dia 25 de outubro, presidido por Bento XVI, tem por tema "A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz. ‘Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo' (Mt 5, 13.14)".Por isso, o cardeal Turkson apresentou com estas palavras o desafio que a Igreja tem agora em seu continente: "de ser ‘família de Deus' (evangelizadores), como disse o primeiro sínodo, deve passar a contar com filhos que sejam ‘servos' (ministros=diakonoi) da reconciliação, da justiça e da paz".Esta reconciliação, esclareceu, deve ser "com Deus (vertical) e entre os seres humanos (horizontal)".Os católicos africanos terão de desempenhar este trabalho em um contexto social, que foi exposto pelo cardeal sem pudores.O problema econômico da África, ilustrou, explica-se pelo mau governo."Isto explica o paradoxo da pobreza de um continente que é, sem dúvida, um dos mais ricos de potencialidades do mundo. A consequência desta ‘equação governo-economia' é que quase nenhum país africano consegue respeitar as próprias obrigações de orçamento."Outro dos desafios sociais que este sínodo enfrenta, segundo o purpurado, são as "terríveis pressões" às quais a família está submetida, "por uma crescente proposta de uniões e relacionamentos alternativos, desprovidos de conceitos de uniões duradouras, não-heterossexual em caráter e sem o intuito da procriação".Entre os temas expostos para a discussão, está o "tráfico de drogas e o tráfico de armas", motivos da instabilidade de muitos dos seus países.O cardeal apresentou também os delitos ecológicos que afetam a África: "As cúpulas mundiais sobre as mudanças climáticas, emissões verdes de gás, degradação da camada de ozônio, como a que acontecerá em dezembro em Copenhague, deve incluir um pedido de apoio da África", afirmou.A análise sociológica do cardeal terminava explicando que "a África foi sobrecarregada por muito tempo pela mídia com tudo que é repugnante à humanidade"."Esse é o tempo de ‘mudar a marcha' e ter a verdade sobre a África dita com amor, promovendo o desenvolvimento do continente, que poderia ajudar o bem-estar de todo o mundo", afirmou em sua exortação aos bispos.Na assembleia, participaram 244 membros, 78 dos quais são participantes ex oficio, 129 eleitos e 36 de nomeação pontifícia. Deles, 33 são cardeais, 79 arcebispos e 156 bispos. Quanto aos cargos que desempenham, 37 são presidentes das conferências episcopais, 189 são bispos ordinários, 4 coadjutores, 2 auxiliares e 8 (arce)bispos eméritos.Antes de começar a discussão, o cardeal Turkson disse a todos: "Jesus Cristo, depois de ter sido revelado através das Escrituras como nossa reconciliação, justiça e paz, agora chama e autoriza os seus discípulos na África e nas ilhas a dedicarem-se, como sal e luz, à construção da Igreja na África como uma verdadeira família de Deus, através dos ministérios da reconciliação, justiça e paz, exercidas no amor, como seu mestre".Na tarde desta segunda-feira, começaram as discussões diante da assembleia sinodal, com intervenções livres, informes sobre as relações dos diferentes continentes com a África e uma análise sobre a aplicação da exortação apostólica Ecclesia in Africa, realizados por diferentes bispos.O cardeal Turkson interveio depois de uma meditação de abertura oferecida pelo Papa aos participantes do sínodo, na qual explicou que a Igreja não é uma organização, mas o fruto do Espírito Santo.

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