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domingo, 30 de maio de 2010

MERECEM CREDITOS OS ESCRITOS PATRÍSTICOS?

Desde que se começou no mundo todo o trabalho pela disseminação dos escritos dos Santos Padres, cresceu muito o público católico e protestante que procurou conhecer este tipo de obra. O resultado disto têm sido a volta de muitos católicos à Igreja Católica, muitos protestantes têm visto a Igreja Católica por uma nova ótica, e alguns deles têm até se convertido ao catolicismo, segundo constatamos nas mensagens eletrônicas e notícias que recebemos. Eu mesmo sou um ex-protestantes convertido ao catolicismo neste processo.
É claro que este fato tem preocupado as lideranças protestantes, que depois de ver que seu subjetivismo bíblico não têm mais podido segurar as pessoas mais bem informadas em suas fileiras, agora vêm colocar em dúvida a credibilidade dos escritos dos Santos Padres, alegando que são contraditórios e que não havia consenso entre os Santos Padres. Ora, é até engraçado um protestante alegar isso para desmerecer os escritos patrísticos, já que no protestantismo o que menos há é consenso.
Como é sabido, não se pode definir o todo pela parte. A maioria dos escritos patrísticos é claríssima, outros necessitam de um pano de fundo histórico para que sejam compreendidos melhor.
Os escritos dos Santos Padres da Igreja divide-se basicamente em dois tipos:
1) Escritos que relembram a Tradição recebida dos apóstolos e a defendem contra as heresias. Nesta primeira categoria encontram-se escritos eclesiológicos, sobre o batismo, sobre o ministério dos pastores, sobre o matrimônio, etc.
2) Tratados teológicos. Quando os cristãos necessitavam em desenvolver um entendimento melhor da fé, muitos tratados teológicos foram propostos, até que se chegasse a uma solução definitiva. Nesta segunda categoria encontram-se escritos que ajudaram os sucessores dos apóstolos a traçarem os rumos teológicos do Cristianismo. Por exemplo, nem a Sagrada Escritura e nem a Sagrada Tradição, definem a natureza e a vontade de Cristo.
Aqui o leitor poderá encontrar algumas poucas contradições no pensamento patrístico. Ora, antes que a Igreja manifestasse o que deveria ser crido (seja través dos Concílios ou através dos decretos Papais), o debate teológico era legítimo. Assim, a respeito dos temas que não eram tratados nem pela Sagrada Escritura, e nem pela Sagrada Tradição e que até o momento não tivesse uma posição oficial da Igreja, era comum o surgimento de tratados teológicos ? que pretendiam dar solução ao problema ? que nem sempre eram concordantes. Mas, após a resolução da Igreja, aquele tema estava encerrado, e o artigo de fé que dele resultou permaneceu como ensinamento legítimo nos séculos posteriores.
Artigos de fé cridos tanto por católicos quanto por protestantes, que simplesmente não são tratados nem pela Sagrada Escritura e nem pela Sagrada Tradição, resultaram deste processo, como por exemplo, o artigo que fé que define que Cristo é uma só pessoa, mas com duas naturezas e vontades (humana e divina). Outro exemplo é dogma da Santíssima Trindade, e a relação entre as pessoas divinas.
Conhecer os escritos patrísticos é conhecer a fé recebida dos Apóstolos e como a pedagogia divina agiu na Igreja, possibilitando que os cristãos saíssem do leite materno e pudessem usufruir os manjares e banquetes espirituais.

BISPOS PROTESTANTES?

Com o surgimento do Protestantismo Pentecostal, os fundadores de suas denominações resolveram intitular-se Bispos. É verdade que já no protestantismo histórico (Anglicanismo e Luteranismo), este título já era usado por alguns de seus presbíteros. No Brasil os exemplos mais conhecidos são do “Bispo” Macedo e do “Bispo” Marcelo Crivella, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus; o “Bispo” Rodovalho da Sara Nossa Terra e agora os “Bispos” Hernandes da Renascer em Cristo. Será que os “Bispos” pentecostais são Bispos de fato ou praticam falsidade ideológica?
2. A Origem da Hierarquia na Igreja
Nos escritos da Igreja Primitiva do início do séc. II é possível observarmos que a mesma já estava organizada hierarquicamente em bispos, presbíteros e diáconos.
O Bispo era o chefe de uma diocese, isto é, o chefe de um conjunto de paróquias geograficamente organizadas. Cada paróquia tinha como ministro um presbítero. Este era o sacerdote responsável por ministrar os sacramentos e orientar os fiéis na doutrina. Ele normalmente era auxiliado por diáconos.
Tudo isto é testificado, por exemplo, nas sete cartas de Santo Inácio de Antioquia (1) datadas em 107 d.C. Santo Inácio foi Bispo de Antioquia e discípulo pessoal dos Apóstolos Pedro e Paulo.
3. O Episcopado tem origem na Sucessão dos Apóstolos
Episcopado é o nome que se dá ao ministério do Bispo.
O Episcopado tem origem no ministério dos Apóstolos, isto é, foi o próprio Cristo que instituiu os Apóstolos como Bispos da Sua Igreja. Com efeito, a Bíblia ensina que Nosso Senhor Jesus Cristo deu o governo da Igreja aos Santos Apóstolos: "Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou" (Lc 10, 16).
Eles eram aqueles que estariam agora sentados na Cadeira de Moisés, no lugar dos escribas e Fariseus (cf. Mt 23,2-3). Por isto, o próprio Cristo deu a eles a autoridade que outrora foi dada a Moisés: ligar e desligar. Isto significa: definir o que é Certo e o que é Errado (cf. Mt 18,18). Por esta razão São Paulo ensina que “a Igreja do Deus Vivo é a Coluna e o Fundamento da Verdade” (cf. 1Tm 3,15).
Como os apóstolos não permaneceriam na terra para sempre, nas várias regiões aonde o Evangelho ia sendo pregado, iam instituindo novos Bispos que deveriam cuidar do rebanho de Cristo na ausência deles.
Talvez o testemunho histórico mais antigo sobre isto, esteja na Primeira Carta de São Clemente aos Coríntios (2). Escrita pelo ano de 90 d.C, Clemente que então era o 4o. Bispo de Roma na sucessão de Pedro, assim se expressa:
"42. Os apóstolos receberam do Senhor Jesus Cristo o Evangelho que nos pregaram. Jesus Cristo foi enviado por Deus. Cristo, portanto vem de Deus, e os apóstolos vêm de Cristo. As duas coisas, em ordem, provêm da vontade de Deus. Eles receberam instruções e, repletos de certeza, por causa da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, fortificados pela palavra de Deus e com plena certeza dada pelo Espírito Santo, saíram anunciando que o Reino de Deus estava para chegar. Pregavam pelos campos e cidades, e aí produziam suas primícias, provando-as pelo Espírito, a fim de instituir com elas bispos e diáconos dos futuros fiéis. Isso não era algo novo: desde há muito tempo, a Escritura falava dos bispos e dos diáconos. Com efeito, em algum lugar está escrito: ‘Estabelecerei seus bispos na justiça e seus diáconos na fé’".
"44. Nossos apóstolos conheciam, da parte do Senhor Jesus Cristo, que haveria disputas por causa da função episcopal. Por esse motivo, prevendo exatamente o futuro, instituíram aqueles de quem falávamos antes, e ordenaram que, por ocasião da morte desses, outros homens provados lhes sucedessem no ministério".
Como se vê, segundo a o ensinamento que os Apóstolos comunicaram a seus discípulos, os Bispos da Igreja são sucessores diretos dos Apóstolos. Isto quer dizer que fora da sucessão dos apóstolos não há Episcopado, logo não há Igreja de fato.
4. Testemunhos Históricos da Sucessão dos Apóstolos
O Protestantismo alega que a Sucessão Apostólica é algo inventado pela Igreja Católica para sustentar que só ela possui Bispos e presbíteros verdadeiros.
Em primeiro lugar, a Igreja Católica não alega que só ela possui Bispos e presbíteros verdadeiros. Ela também reconhece a validade dos ministros da Igreja Ortodoxa. Afinal, todos os Bispos ortodoxos são sucessores dos apóstolos, assim como os Bispos católicos. A Igreja Católica não reconhece é licitude do ministério ortodoxo, pois para o Catolicismo a Igreja Ortodoxa está em cisma, isto é, não está em plena comunhão com o Papa.
Em segundo lugar, é muito interessante notar como o subjetivismo protestante é capaz de reinventar até o passado. Não é a Igreja Católica que está inventando a Sucessão Apostólica para provar ser a Única Igreja de Cristo, mas é o Protestantismo que inventa que a Sucessão dos Apóstolos é uma ficção, pois ela é a maior prova de que as igrejas protestantes não são Igrejas de fato.
Eusébio de Cesaréia, Bispo e Historiador da Igreja dos primeiros quatro séculos, em sua obra “A História Eclesiástica” (2) registra para a posteridade a realidade histórica da sucessão dos apóstolos.
Daremos uma pequena amostra da Verdade ao leitor, transcrevendo os testemunhos históricos sobre a sucessão regular dos Bispos em Roma, pois os protestantes alegam que o Papa não é sucessor de Pedro, pois nunca existiu sucessão dos apóstolos na Igreja Primitiva. Vejamos:
"No atinente a seus outros companheiros, Paulo testemunha ter sido Clemente enviado às Gálias (2Tm 4,10); quanto a Lino, cuja presença junto dele em Roma foi registrada na 2ª carta a Timóteo (2Tm 4,21), depois de Pedro foi o primeiro a obter ali o episcopado" (HE III,4,8).
"A Vespasiano, depois de ter reinado 10 anos, sucedeu Tito, seu filho, como imperador. No segundo ano de seu reinado, o bispo Lino, depois de ter exercido durante doze anos o ministério da Igreja de Roma, transmitiu-o a Anacleto" (HE III,13).
"No décimo segundo ano do mesmo império [de Domiciano, irmão de Tito], Anacleto que foi bispo da Igreja de Roma durante doze anos, foi substituído por Clemente, que o Apóstolo [Paulo], na carta aos Filipenses, informa ter sido seu colaborador, nesses termos: 'Em companhia de Clemente e dos demais auxiliadores meus, cujos nomes estão no livro da vida'" (Fl 4,3).
"Relativamente aos bispos de Roma, no terceiro ano do reinado do supracitado imperador [Trajano], Clemente terminou a vida, passando seu múnus a Evaristo. No total, durante nove anos exercera o magistério da palavra de Deus" (HE III,34).
"Cerca do duodécimo ano do reinado de Trajano (...) Evaristo completado seu oitavo ano, Alexandre recebeu o episcopado em Roma, sendo o quinto na sucessão de Pedro e Paulo" (HE IV,1).
"No terceiro ano do mesmo governo [do imperador Aélio Adriano, sucessor de Trajano], Alexandre, bispo de Roma morreu, tendo completado o décimo ano de sua administração. Teve Xisto como sucessor" (HE IV,4).
"Ao atingir o império de Adriano já o duodécimo ano, Xisto, tendo completado o décimo ao de episcopado em Roma, teve Telésforo por sucessor, o sétimo depois dos apóstolos" (HE IV,5,5).
"Tendo ele [Aélio Adriano] cumprido sua incumbência, após vinte e um anos de reinado, sucedeu-lhe no governo do império romano Antonino, o Pio. No primeiro ano deste, Telésforo deixou a presente vida, no undécio ano de seu múnus e coube a Higino a herança do episcopado em Roma" (HE IV,10).
"Tendo Higino falecido após o quarto ano de episcopado, Pio tomou em mãos o ministério em Roma" (HE IV,11,6).
"E na cidade de Roma, tendo morrido Pio no décimo quinto ano de episcopado, Aniceto presidiu aos fiéis desta cidade" (HE IV,11,7).
"Já atingira o oitavo ano o império de que tratamos [Antonino Vero], quando Sotero sucedeu a Aniceto, que completara onze anos de episcopado na Igreja de Roma"(HE IV,19).
"Sotero, bispo da Igreja de Roma, chegou ao termo de sua vida no decurso do oitavo ano de episcopado. Sucedeu-lhe Eleutério, o décimo segundo a contar dos Apóstolos, no décimo sétimo ano do imperador Antonino Vero" (HE V,Introdução,1).
"No décimo ano do império de Cômodo, Vítor sucedeu a Eleutério, que havia exercido o episcopado durante treze anos [...]" (HE V,22).
Basta percorrer os vários escritos deixados pelos discípulos dos Apóstolos que não faltarão provas e testemunhos históricos da sucessão dos apóstolos.
5. Conclusão
Sair por aí criando “igrejas” e se intitulando Bispo é um grande embuste, que infelizmente engana a muitos que não tem conhecimento da Fé de Sempre, que não possuem conhecimento do nosso passado, de nossas raízes, da Memória Cristã.
Como se pode constatar nos pelos testemunhos dos antigos cristãos, fora da sucessão regular dos Apóstolos não há verdadeiro Episcopado, logo não há verdadeiro ministério, logo não há Igreja de Fato. Por esta razão, os “Bispos” protestantes não são Bispos, e suas “igrejas” não são Igrejas.
Já está mais que na hora dos irmãos protestantes saírem de sua “redoma bíblica” e procurarem conhecer a Fé dos primeiros séculos. Pois o que foi Verdade sempre, não pode ser mentira agora.
Peço todos dias a Deus que assim como eu, outros protestantes possam ser libertos do subjetivismo de Lutero. E que mais católicos busquem uma vida santa e que ao contrário de Esaú, saibam do tesouro que possuem na Igreja Católica.
6. Artigos relacionados
Sobre a Existência da Sucessão Apostólica
Como o protestantismo pode ser um retorno às origens da fé?
O que é Igreja Apostólica?
7. Referências
(1) INÁCIO, de Antioquia. Padres Apostólicos - Carta aos Romanos. Tradução de Ivo Storniolo e Euclides M. 2ª. Edição. São Paulo: Paulus, 1995. (Patrística; 1). p. 103-108.
(2) CLEMENTE, Bispo de Roma. Padres Apostólicos, Primeira Carta de Clemente aos Coríntios. Tradução Ivo Storniolo, Euclides M. Balancin. São Paulo: Paulus, 1995. (Patrística, 1). p. 5-70.
(3) EUSEBIO, Bispo de Cesaréia. História Eclesiástica. Tradução Monjas Beneditinas do Mosteiro de Maria Mãe de Cristo. São Paulo: Paulus, 2000 (Patrística; 15).

DEFESA DA VENERAÇÃO DOS SANTOS PELOS PRIMEIROS CRISTÃOS

Como os católicos hoje, os cristãos dos primeiros séculos eram acusados de idolatria por venerarem os Santos. Mas, em vez dos grupos heréticos (que tanto se difundiram após o século XVI), quem propagava esta mentira era o rabinismo judaico, isto é, os judeus que não abraçaram a fé cristã.
Talvez o primeiro texto que dá testemunho da veneração dos santos como ainda nós católicos praticamos hoje, com honra, homenagem, celebração dos heróis e modelos da fé, seja a Carta que a Igreja de Esmirna enviou à Igreja de Filomélio, narrando o Martírio de São Policarpo (Bispo de Esmirna e discípulo do Apóstolo São João). Este documento de meados do segundo século é o texto hagiográfico mais antigo que se tem notícia.
A Carta nos dá testemunho que após o martírio de São Policarpo, os cristãos de Esmirna tentaram conseguir a posse de seu corpo, para dar ao mártir um sepultamento adequado. Mas, foram impedidos pelas autoridades que eram influenciadas pelos judeus rabínicos, que diziam que os cristãos queriam o corpo de São Policarpo para adorá-lo como faziam com Cristo.
Na carta é interessante o comentário que os cristãos de Esmirna fazem por causa da ignorância que os judeus tinham sobre a diferença da adoração que os cristãos prestavam somente a Nosso Senhor Jesus Cristo e a veneração prestada aos Santos. Semelhantes a nós católicos dos últimos séculos, os católicos do passado escreveram:
"Ignoravam eles que não poderíamos jamais abandonar Cristo, que sofreu pela salvação de todos aqueles que são salvos no mundo, como inocente em favor dos pecadores, nem prestamos culto a outro. Nós o adoramos porque é o Filho de Deus. Quanto aos mártires, nós os amamos justamente como discípulos e imitadores do Senhor, por causa da incomparável devoção que tinham para com seu rei e mestre. Pudéssemos nós também ser seus companheiros e condiscípulos!" (Martírio de Policarpo 17:2 +- 160 D.C).
E mais adiante esta importantíssima prova da fé primitiva, dá testemunho do costume que a Igreja tinha em guardar uma data, para celebrar a memória dos Santos, como Ela faz até hoje:
"Vendo a rixa suscitada pelos judeus, o centurião colocou o corpo no meio e o fez queimar, como era costume. Desse modo, pudemos mais tarde recolher seus ossos [de Policarpo], mais preciosos do que pedras preciosas e mais valiosos do que o ouro, para colocá-lo em lugar conveniente. Quando possível, é aí que o Senhor nos permitirá reunir-nos, na alegria e contentamento, para celebrar o aniversário de seu martírio, em memória daqueles que combateram antes de nós, e para exercitar e preparar aqueles que deverão combater no futuro." (Martírio de Policarpo 18 +- 160 D.C)
Portanto, a Veneração dos Santos, não é idolatria e sim uma legítima e piedosa doutrina cristã que tem berço na Tradição da Igreja nascente.

ALBERTOVE - EX-PASTOR DA ASSEMBLÉIA DE DEUS

PARTE I
Chamo-me Albertove Manoel da Costa, servo de Nosso Senhor Jesus Cristo e o que escrevo aqui é para o engrandecimento do Cristo Jesus e para o fortalecimento do Santo Evangelho.
Nasci em berço Católico e logo após o meu nascimento fui batizado, alguns anos após o meu nascimento meus pais se tornaram evangélicos da Congregação Cristã no Brasil, mas eu como fui criado com meus avós paternos recebi toda uma educação católica.
A partir dos 12 anos eu comecei a freqüentar os cultos de algumas igrejas evangélicas, mas sem firmar ou assumir um compromisso sério, pois como meus avós eram Católicos e eu permanecia fiel ao que eles me ensinavam. Participei de algumas pastorais na Igreja de São Pedro Apóstolo no Setor P Sul Ceilândia Distrito Federal, onde numa pastoral conheci a minha esposa, ela tinha 19 anos.

No mês de Dezembro de 1992 após um breve namoro passamos a viver juntos, pois a família dela não permitia que ela se casasse comigo. A partir desta data entreguei meus trabalhos na igreja e me afastei um pouco, participava das missas mas não podia tomar a Santa Comunhão o que me levou a um esfriamento espiritual.
No dia 17 de setembro de 1994 nos casamos no civil em Goiânia - Goiás. No mês de fevereiro de 1995 nos casamos no religioso na igreja Matriz de Campinas bairro de Goiânia.
Com o passar do tempo tentamos voltar aos nossos trabalhos na igreja, mas dentro de mim só tinha dúvidas, pois devido meus pais serem evangélicos, muitas vezes acabava visitando igrejas evangélicas e participava dos cultos.
Durante um tempo, eu e minha esposa participamos das missas aos domingos e dos terços, pois éramos devotos de Nossa Senhora.
Até que no dia três de janeiro de 1998 eu fui até um templo das ASSEMBLÉIA DE DEUS a convite de um vizinho nosso que era pastor local e dirigia os trabalhos naquele templo. Ao chegar lá não tive dúvidas, levantei minhas mãos e aceitei Jesus me tornando evangélico, pois ele havia me convencido que todo Católico não é digno de alcançar a salvação.
A princípio minha esposa não quis ir, mas dois meses depois ela também aceitou e se tornou evangélica. Fui batizado no mês de abril do mesmo ano, pois este pastor falava que eu era escolhido por Deus para realizar a sua obra, que Deus havia revelado que eu seria pastor. Pouco tempo depois comecei a pregar e pensava ter achado a solução para todos os meus problemas, pois algum tempo depois de ter me casado, eu e minha esposa nos encontramos em sérias dificuldades financeiras, pois estava desempregado e nosso filho já estava com um ano de vida.
Eu falava comigo mesmo: “Agora tudo mudou, pois encontrei a salvação, não preciso de imagens, de adorar a outros deuses, não preciso mais pedir a Maria, pois ela está morta e esperando pelo julgamento no juízo final. Agora Deus vai me dar tudo”. E com este pensamento eu comecei a falar contra a Igreja Católica, contra Maria Santíssima, e contra o Papa.
Já no ano de 2000 fui consagrado a pastor evangelista. Esta consagração ocorreu no mês de outubro no dia 18 na Igreja Assembléia de Deus Jardim das Oliveiras na cidade satélite de Samambaia-DF.
Logo comecei a dirigir congregações e pensava que tudo estava solucionado, quando no mês de dezembro de 2002 aconteceu um episódio que ia mudar completamente o rumo da minha vida.
PARTE II
Desde quando me tornei evangélico eu e minha esposa tínhamos o desejo de ter uma filha, pois a primeira gravidez veio um lindo menino, toda vez que alguém orava por nós, profetizava uma menina em nossas vidas.
No mês de agosto de 2002 paramos de evitar filhos na intenção de arrumar mais uma criança: “Esta menina que sempre era falada nas profecias e revelações”. Durante um mês nós paramos de evitar, e passado uns dois meses a gravidez tão esperada não aconteceu.
Foi quando, no dia dois de dezembro de 2002 pela manhã, minha esposa começou a sentir fortes dores no estômago, a princípio pensávamos ser algum desarranjo intestinal, mas a dor não passava e ela começou a sofrer desmaios e a vomitar.
Como não apresentava sinais de melhora e já era tarde, levei-a para o hospital local, pois morávamos em Santo Antônio do Descoberto - Goiás, quando este episódio aconteceu.
Chegando ao hospital, ela ficou internada e no outro dia como continuava do mesmo jeito, foi removida para o Hospital Regional de Taguatinga no Distrito Federal onde foi diagnosticada gravidez tubária e rompimento das trompas com forte hemorragia interna e era preciso operar.
Quando o médico deu o diagnóstico eu não acreditei, pois ela estava normal e não apresentava sinais de gravidez.
Era 13:20hs do dia 03 de dezembro de 2002 uma terça-feira, que minha esposa deu entrada no centro cirúrgico, vinte minutos depois a médica falou: “Olha se você crê em Deus pode fazer suas orações, pois a sua esposa está em estado de coma e os médicos não podem fazer mais nada, vamos operá-la, mas não temos esperanças de vida”.
Saí desesperado a procura de uma igreja, quando parei perto de uma loja e ali permaneci com a cabeça baixa e chorando, foi quando uma mulher tocou em meu ombro e me perguntou:
Porque você está chorando?
Olhei para aquela mulher e pensei “deve ser alguma irmã evangélica ou mesmo uma missionária, pois eles fazem visitas aos doentes que ficam internados”.
Ela trajava um vestido longo todo branco e tinha os cabelos soltos por sobre os ombros então eu respondi: a minha esposa está morrendo e eu não posso fazer nada.
Então ela me disse: “Não se preocupe, pois ela não vai morrer, ela vai ficar boa”. Com aquelas palavras eu senti uma paz tomar conta do meu interior e abaixei a cabeça quando olhei novamente não a vi mais, então observei que um senhor me observava a uma certa distância, fui até ele e perguntei se ele viu para onde foi aquela mulher que momentos antes conversava comigo, ele me disse o seguinte: “Você não estava conversando com ninguém, pois eu vi quando você parou ali, de cabeça baixa, chorando fiquei até preocupado, pois pensei que você pudesse estar se sentindo mal”.
Despedi-me dele e fui para a casa da madrinha do meu filho.
Às 17:00hs retornei ao hospital e falei com a médica que havia operado a minha esposa, tudo havia transcorrido muito bem ela estava fora de perigo.
As palavras da médica foram as seguintes: “Realmente foi um milagre que aconteceu, não há explicação, pois ela estava quase morta e agora está se recuperando muito bem”.
Saí dali exultando de alegria e pensei comigo: “foi um anjo que falou comigo”. Três dias depois eu trazia minha esposa para casa, mais ela não podia ter mais filhos e a única possibilidade seria após um longo tratamento.
Muitos protestantes falavam que eu estava pagando o preço, que era pecado oculto e alguns chegavam a dizer que Deus havia revelado que eu estava cometendo pecado de adultério que eu estava vivendo em prostituição.
Continuei meus trabalhos e quando foi no ano de 2003 começaram a profetizar que meu tempo na cidade de Santo Antônio do Descoberto tinha terminado e que Deus me levaria para a cidade de Alexania - Goiás. Quando foi no dia 17 de fevereiro de 2004, nós mudamos para esta cidade.
Chegando lá procuramos pela pastora da Igreja Pentecostal Missionária de Cristo que nos recebeu muito bem, ficamos na igreja dela por dois meses. Já no mês de março a minha esposa começou a ter queda de pressão o que me preocupou um pouco, foi quando uma noite depois de fazer minhas orações fui dormir e então eu tive um sonho em que aquela mesma mulher que me aparecera em Taguatinga estava ali e me disse: “Sua esposa esta grávida e vai dar a luz a uma menina que você tanto pediu”.
Acordei assustado e pensei comigo: não tem como ela ficar e estar grávida, pois estamos evitando. Não falei nada para ela.
Quinze dias depois como a minha esposa continuava com a pressão muito baixa, a levei ao posto de saúde onde o médico pediu um teste de gravidez que teve como resultado: “POSITIVO” no mesmo instante me lembrei do sonho e comecei ficar muito confuso, pois a pastora que eu estava auxiliando falava que não era gravidez, que era trabalho de macumba e quando viu o resultado dos exames, disse que essa criança seria uma maldição em nossas vidas, procurei por um outro pastor e contei tudo inclusive o sonho então ele me disse: “Olha pastor você está deixando se levar pelo diabo, cuidado”. Fiquei muito abalado e confuso, mas continuei na igreja. Apenas saí da igreja Pentecostal Missionária de Cristo e fui para outro Ministério que por coincidência era o mesmo onde eu fui consagrado pastor.
Comecei trabalhar evangelizando e buscando as pessoas e foi quando eu tive outro sonho.
PARTE III
Era o mês de junho de 2004 e minha esposa já estava no 5º mês de gestação. A médica que a acompanhava no pré-natal no hospital diagnosticou gravidez de alto risco e aconselhou continuar o pré-natal no Hospital Regional de Taguatinga.
Nesta data, estava havendo a festa de Santo Antônio de Pádua padroeiro de Olhos D’Água, povoado distante a 10 KM de Alexania.
O nosso pastor presidente havia ordenado que eu escolhesse os melhores obreiros e fosse até aquela festa e ali afrontasse os Católicos com evangelismo e cultos na praça onde era realizada a festa, já estava tudo pronto quando novamente sonhei com aquela mesma mulher e no sonho ela falou o seguinte:
“Porque você tira as ovelhas do rebanho de Meu Filho? O coração dele está sangrando e está transpassando de dor por causa destes atos, ele tem te ouvido, sua filha virá com saúde, pois tenho intercedido junto a Ele por ti”.
Acordei com o rosto molhado de lágrimas e falei comigo mesmo: “Vou voltar para o meu lugar, vou voltar para a Igreja Católica Apostólica Romana”.
Cheguei no meu pastor e falei tudo para ele, contei do sonho e falei que não iria realizar aquele trabalho. No mesmo dia fomos expulsos da igreja, e nos pediram a casa que pertencia à igreja.
Procurei a paróquia de Alexânia e relatei todo o acontecido para a coordenadora, só não contei dos sonhos e da visão que tive. Como o padre não se encontrava na cidade, a coordenadora nos ajudou a retornar para Santo Antônio do Descoberto, onde procurei a Igreja Católica e retornei, pois tive um apoio muito grande do então coordenador da RCC local, Elmiro Barbosa que hoje é padrinho da minha filha.
Graças a Deus tudo deu certo sofri muitas perseguições, pois assim que os protestantes ficaram sabendo que eu retornei para o Catolicismo, muitos me procuraram e começaram a me ameaçar, fui até agredido fisicamente e hoje sou ameaçado de morte. No dia 16 de novembro de 2004, nasceu a minha filha e para a minha felicidade uma linda menina, ao qual foi registrada com o nome: “Andressa Vitória.”
No dia 26 de março de 2005 tive a felicidade de batizá-la na solenidade da Vigília Pascal e nesta mesma noite eu fiz minha profissão de fé e renovei as minhas promessas do batismo selando o meu retorno para Igreja Católica Apostólica Romana.

OS MORTOS ESTÃO DORMINDO?

"E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu" (Ecl 12,7).
Nos tempos da Idade Média, um pequeno grupo ensinava uma doutrina que ficou conhecida como Psicopaniquia, isto é, sono da alma após a morte. Nos tempos da Reforma Protestante, os Anabatistas retomaram esta doutrina. Com o fim dos Anabatistas, a Psicopaniquia, retornou aos círculos cristãos com o surgimento dos Adventistas do Sétimo Dia. Esta doutrina nega que o homem seja formado por alma espiritual e corpo material, reduzindo o homem a um corpo que é animado ou mantido somente por funções orgânicas. Veremos se tal postulado encontra amparo nas Sagradas Escrituras e na Tradição dos Apóstolos.
A realidade dualística do homem
No livro do Gênesis encontramos a história da criação do mundo e dos seres viventes. Diz o Gênesis que "O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gn 2,7) (grifos meus).
Neste versículo encontramos a primeira prova da natureza dualística do homem: a carne formada ?do barro da terra? e seu espírito que é "um sopro de vida". Somente depois de dadas as duas coisas, diz o Gênesis que "o homem se tornou um ser vivente".
Com efeito, sopro em hebraico é "nashamah". É a mesma palavra usada no Deuteronômio onde lemos: "Quanto às cidades daqueles povos cuja possessão te dá o Senhor, teu Deus, não deixarás nelas alma viva [nashamah]" (Dt 20,16). Ver também 1 Reis 15,29.
Muitos são os exemplos na Escritura onde "nashmah" denota claramente o espírito que Deus deu ao homem, infiltrado no corpo humano através das suas narinas (cf. Gn 2,7) no momento da criação.
A inteligência da alma
Não é por acaso que a Psicologia estuda as faculdades intelectuais humanas. A palavra que no português conhecemos por "alma" não existe no hebraico. "Alma" vem do grego "psychein" que significa "soprar". Deste verbo grego vem a palavra "psique" que significa "sopro", que é raiz da palavra "psicologia".
A etimologia da palavra "psicologia" nos remete à inteligência presente no espírito humano ("sopro"), pela qual recebemos nossas faculdades intelectuais.
Com efeito, a própria Revelação de Deus mostra que é pelo seu espírito que o homem possui inteligência, conforme vimos em Prov 20,27. A mesma verdade encontramos em Jó: "mas é o Espírito de Deus no homem, e um sopro [nashmah] do Todo-poderoso que torna inteligente" (Job 32,8).
Embora as faculdades do corpo como tato, olfato, audição e visão sejam responsáveis pela nossa interação com o mundo, é pelo espírito que temos inteligência; é dele que vem a nossa razão.
Por isso, sobre o espírito humano escreveu Salomão: "O espírito [nashamah] do homem é uma lâmpada do Senhor: ela penetra os mais íntimos recantos das entranhas" (Prov 20,27).
Concordando com Salomão, São Paulo ao escrever aos Romanos faz a relação entre espírito e razão: "Assim, pois, de um lado, pelo meu espírito, sou submisso à lei de Deus; de outro lado, por minha carne, sou escravo da lei do pecado" (Rm 7,26) (grifos meus).
As referências acima provam que o espírito humano é dotado de faculdades intelectuais.
A consciência dos mortos
Os psicopaniquianos negam a existência da alma. Para eles, homem é como um animal, sem alma, diferindo deste por possuir um cérebro mais evoluído (responsável pelas faculdades intelectuais) e também porque irá ressuscitar no dia do Juízo Final. Como vimos, tal tese é fortemente discordante dos ensinamentos bíblicos sobre o espírito humano.
Há aqueles que acreditam na existência da dualidade humana (espírito e corpo material), mas que ensinam que após a morte, a alma humana está sem consciência, pelo fato de lhe faltar o corpo que lhe comunicam os sentidos.
Primeiramente, como já dissemos, os sentidos comunicam o mundo material com o espírito humano. As faculdades intelectuais da alma independem do corpo. É por esta razão, que a Igreja Católica se opõe à morte dos anacéfalos (crianças que nascem sem cérebro), pois o homem não pode ser reduzido ao corpo, embora sem ele não esteja completo.
Os defensores do sono da alma apresentam os seguintes textos para defender sua tese:
"Enquanto [Jesus] ainda falava, chegou alguém da casa do chefe da sinagoga, anunciando: Tua filha morreu. Para que ainda incomodas o Mestre? Ouvindo Jesus a notícia que era transmitida, dirigiu-se ao chefe da sinagoga: Não temas; crê somente. E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações. Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo" (Mc 5,35-39) (grifos meus).
Ver também Mt 9,23-25 e Jo 11,11-14.
Ora, todos hão de concordar que a Sagrada Escritura é coesa em seu ensinamento doutrinal, embora sua letra muitas vezes se apresente contraditória aos olhos humanos. Porém essa contradição é aparente, normalmente quando o texto é lido fora de seu contexto.
È o próprio Cristo que numa parábola ensina que as almas dos falecidos não estão dormindo:
"Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico. Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico... Até os cães iam lamber-lhe as chagas. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. E estando ele [o rico] nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio. Gritou, então: - Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas. Abraão, porém, replicou: - Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento. Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá. O rico disse: - Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos. Abraão respondeu: - Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos! O rico replicou: - Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão. Abraão respondeu-lhe: - Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos " (Lc 16,20-31) (grifos meus).
Conforme o ensinamento do Senhor, aqueles que morrem na amizade de Deus são levados "pelos anjos ao seio de Abraão", isto é, para o lugar dos justos. Enquanto os que morreram na inimizade de Deus estão "nos tormentos do inferno".
O diálogo que há entre Abraão, Lázaro e o rico, mostra a consciência das almas após a morte, caso contrário não estariam dialogando.
Devemos nos lembrar que Jesus após a morte foi pregar o Evangelho às pessoas que morreram no tempo de Noé:
"Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes, quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água" (1Pe 3,18-20).
Ora, se a alma não existe ou está dormindo não faria o menor sentido Jesus ir pregar para elas, já que segundo nossos contendores, o homem após a morte só pode esperar a ressurreição. Temos provas da consciência dos mortos também em Ap 6,9-11 e Ap 20,4.
Infortúnio dos ímpios ou sono da alma?
Os adeptos do sono da alma ou da inconsciência dos mortos fundamentam sua tese principalmente nos versículos do Eclesiástico: "Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida" (Ecl 9,5), ou ainda "Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria" (Ecl 9,10). Para eles estes versículos são prova da inconsciência dos mortos.
Primeiramente, o livro do Eclesiastes trata da reflexão sobre a instabilidade da vida humana e a dúvida sobre o destino tanto dos justos quanto dos ímpios. Com efeito, o assunto tratado neste livro só encontra seu termo no livro da Sabedoria de Salomão, e sem este, o Eclesiastes está incompleto. Assim como a Revelação do Pentateuco encontra seu termo nos livros do tempo dos Juízes (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel), o Livro da Sabedoria vem completar o que o Eclesiastes introduziu, mas que deixou em aberto.
O Livro da Sabedoria não se encontra nas Bíblias protestantes, isto limita a exposição da Verdade, já que escrevemos não só para católicos e ortodoxos (que aceitam como sagrado este livro), mas para todos os cristãos. Porém, isso não impede nosso trabalho. Pois, assim como os vegetarianos privam seu corpo de certas proteínas por causa de sua abstenção voluntária de carne, mas ainda sim podem ser nutridos por causa das vitaminas presentes nos vegetais; da mesma forma, ainda é possível expormos a Verdade através dos livros consensualmente aceitos. Melhor seria se todos aceitassem todas as fontes de alimento dispostas pelo Senhor, seja espiritual quanto material.
Em segundo lugar, a região dos mortos tratada no livro do Eclesiastes não é o lugar para onde se destinam todos os mortos, mas somente os ímpios. Tal é o testemunho do salmista: ?Minha alma está muito perturbada; vós, porém, Senhor, até quando?... Voltai, Senhor, livrai minha alma; salvai-me, pela vossa bondade. Porque no seio da morte não há quem de vós se lembre; quem vos glorificará na habitação dos mortos?" (Sl 6,3-6) (grifos meus).
Aqui o salmista pode a salvação de Deus (?livrai minha alma, salvai-me?), pois não deseja ter o mesmo destino dos ímpios, que estão longe de Deus e por estarem longe, não podem se lembrar do Senhor e nem glorificá-lo, pois já estão perdidos.
Este mesmo ensino é confirmado em outro salmo: "Acaso vossa bondade é exaltada no sepulcro, ou vossa fidelidade na região dos mortos? Serão nas trevas manifestadas as vossas maravilhas, e vossa bondade na terra do esquecimento?" (Sl 87,12-13) (grifos meus). Como se vê, a ?região dos mortos? na Escritura trata do destino dos ímpios (cf. Sl 9,18; Sl 30,18; Sl 54,16; Sl 87,4; Pr 5,1-5).
Mas, outro é o destino dos justos, conforme nos ensina Salomão: "O sábio escala o caminho da vida, para evitar a descida à morada dos mortos" (Pr 15,24) ou ainda: "Não poupes ao menino a correção: se tu o castigares com a vara, ele não morrerá, castigando-o com a vara, salvarás sua vida da morada dos mortos" (Pr 23,13-14).
Ora, se o justo após a morte não vai para a "região dos mortos" ou "morada dos mortos" para onde vai? Trataremos disto mais à frente, antes é preciso expormos o que significa o "sono" dos mortos do qual se referiu Jesus (cf. Mc 5,35-39; Mt 9,23-25; Jo 11,11-14).
Bem-aventurança dos justos
Quando a Escritura diz que alguém que morreu está dormindo, ou descansando, está se referindo à bem-aventurança alcançada por ter morrido na amizade de Deus, e não porque a alma esteja dormindo.
Na linguagem semítica utilizada pela Bíblia, o prêmio daqueles que permanecem fiéis a Deus é comparado a um descanso.
Os israelitas passaram 40 anos no deserto, após o Senhor tê-los libertado do cativeiro no Egito. Devido à grande murmuração do povo, nem todos chegaram à Terra Prometida. É o que recorda o Salmista:
"Não vos torneis endurecidos como em Meribá, como no dia de Massá no deserto, onde vossos pais me provocaram e me tentaram, apesar de terem visto as minhas obras. Durante quarenta anos desgostou-me aquela geração, e eu disse: É um povo de coração desviado, que não conhece os meus desígnios. Por isso, jurei na minha cólera: Não hão de entrar no lugar do meu repouso" (Sl 94,8-11) (grifos meus).
Também ensinou Isaías: "Aquele que à direita de Moisés atuou com o seu braço glorioso, e dividiu as águas diante dos seus para assegurar-se um renome eterno; e os conduziu através dos abismos, sem tropeçarem, como o cavalo em descampado. Como ao animal que desce ao vale, o espírito do Senhor os levava ao repouso. Foi assim que conduzistes vosso povo, para afirmar vosso glorioso renome" (Is 63,12-14).
O início desta teologia se encontra em Deuteronômio: "Quando tiverdes passado o Jordão e vos tiverdes estabelecido na terra que o Senhor, vosso Deus, vos dá em herança, e ele vos tiver dado repouso, livrando-vos dos inimigos que vos cercam, de sorte que vivais em segurança" (Dt 12,10) (grifos meus).
Povo chegou ao Jordão pelo comando de Josué, sucessor de Moisés. Moisés foi proibido de entrar na Terra Prometida por ter quebrado as primeiras tábuas dos Dez Mandamentos (cf. Ex 32,19; Dt 32,50-52; Dt 34,1-4).
Josué, testemunha em seu livro o cumprimento da promessa do Senhor: "E o Senhor deu-lhes repouso em todo o derredor de sua terra, como tinha jurado a seus pais; nenhum dos seus inimigos pôde resistir-lhes, pois o Senhor entregou-os todos nas suas mãos" (Js 21,44) (grifos meus).
A peregrinação que os Israelitas fizeram no deserto durante 40 anos e a posse da Terra Prometida dada aos fiéis, é figura da nossa peregrinação terrestre, na qual os que vencerem tomarão posse da Pátria do Povo de Deus, isto é, o Céu.
Este é o ensinamento que encontramos na Carta aos Hebreus:
"Se, pois, ele repete: Não entrarão no lugar do meu descanso [cf. Sl 94,11], é sinal de que outros são chamados a entrar nele. E como aqueles a quem primeiro foi anunciada a promessa não entraram por não ter tido a fé, Deus, após muitos anos, por meio de Davi, estabelece um novo dia, um hoje, ao pronunciar as palavras mencionadas: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações. Se Josué lhes houvesse dado repouso, não teria depois disso falado dum outro dia. Por isso, resta um repouso sabático para o povo de Deus. E quem entrar nesse repouso descansará das suas obras, assim como descansou Deus das suas. Assim, apressemo-nos a entrar neste descanso para não cairmos por nossa vez na mesma incredulidade. Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4,5-12) (grifos meus).
O autor chama o prêmio dos justos de "repouso sabático" pois o compara com o descanso de Deus após a criação, que se deu num sábado.
A Carta aos Hebreus, além de confirmar que o sono, repouso ou descanso dos justos é a posse da bem-aventurança, também dá testemunho da realidade dualística do homem: alma e corpo.
O ensinamento desta epístola é confirmado pelo salmista: "Apenas me deito, logo adormeço em paz, porque a segurança de meu repouso vem de vós só, Senhor" (Sl 4,9).
Também ensinou o Profeta Isaías: "Porque aqui está o que disse o Senhor Deus, o Santo de Israel: É na conversão e na calma que está a vossa salvação; é no repouso e na confiança que reside a vossa força" (Is 30,15).
Por isso que Jesus ao ressuscitar a filha do centurião (Mc 5,35-39), a filha do chefe da sinagoga (Mt 9,23-25) e Lázaro (cf. Jo 11,11-14), diz que estão dormindo. Pois, morreram na amizade de Deus. Se fossem ímpios Jesus não os ressuscitaria, pois já estariam perdidos. Mas, antes mortos e agora ressuscitados, serviriam como testemunhas da Majestade de Jesus, tanto por terem visto o Céu quanto por serem ressurretos.
O destino do espírito após a morte do corpo
Veja o que ensina o Salmo: "Este é o destino dos que estultamente em si confiam, tal é o fim dos que só vivem em delícias. Como um rebanho serão postos no lugar dos mortos; a morte é seu pastor e os justos dominarão sobre eles. Depressa desaparecerão suas figuras, a região dos mortos será sua morada. Deus, porém, livrará minha alma da habitação dos mortos, tomando-me consigo" (Sl 48,14-16) (grifos meus).
Como vimos o Salmo ensina que o justo é tomado por Deus, isto é, seu destino é o Céu.
Interessante é também notar que aqueles que citam os versículos 5 e 10 do capítulo 9 do Eclesiástico, parecem que não terminaram de ler esse livro. Com efeito, no último capítulo encontramos a confirmação do ensinamento do salmo 48: "E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu" (Ecl 12,7) (grifos meus).
Vimos no Gênesis que Deus formou Adão do pó da terra e depois lhe deu o espírito. Segundo o Eclesiastes, o corpo dos mortos (pó) volta à terra e o espírito vai para Deus.
Jesus na parábola do Lázaro e do rico (cf. Lc 16,20-31) ensina que o justo é levado à presença de Deus pelos anjos, enquanto o ímpio é jogado no inferno. Estamos falando do espírito humano, pois os dois ressuscitarão no Dia do Senhor (volta de Cristo); o primeiro para a Glória Eterna, o segundo para o Castigo Eterno.
"Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus. Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos se atiraram furiosos contra ele. Lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um moço chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão, que orava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito" (At 7,55-59) (grifos meus).
Com efeito, Santo Estêvão sabia que seu espírito não estaria dormindo após sua morte, mas que seria levado a Deus.
São Paulo também ensinou que os espíritos dos justos estão na presença de Deus: "Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor. É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe" (2 Cor 5,8-9).
Como poderiam os justos esforçarem-se para agradar a Deus após a morte se estivessem dormindo? Ou ainda, como poderiam ausentar-se do corpo e "ir habitar junto do Senhor" se o espírito dos justos não voltassem para Deus que os deu (cf. Ecl 12,7)?
Testemunhos Primitivos
Agora traremos à tona a Memória Cristã, transcrevendo alguns testemunhos primitivos sobre a Fé recebida dos Apóstolos sobre a consciência dos mortos.
?Portanto, supliquemos também nós pelos que se encontram em alguma falha, a fim de que lhe sejam concedias moderação e humildade, e para que cedam, não a nós, e sim à vontade de Deus. Então, quando nos lembrarmos deles com espírito de misericórdia diante de Deus e dos santos, nossa oração produzirá frutos e será perfeita [...]? (Primeira Carta de Clemente aos Coríntios, 56. São Clemente, Papa. 90 d.C) (grifos meus).
São Clemente foi discípulo pessoal de São Paulo (cf. Fl 4,3) e o terceiro sucessor de São Pedro, no Episcopado da Igreja de Roma. Ora, se para os primeiros cristãos os justos estivessem ?dormindo?, ele não pediria aos fiéis para apresentarem suas orações diante de Deus e dos santos.
?Meus espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus [...]? (Carta ao Tralianos, 13. Santo Inácio, Bispo de Antioquia. 107 d.C) (grifos meus).
Santo Inácio foi discípulo pessoal de Pedro e Paulo. Era também chamado pelos antigos cristãos de Teósforo, que significa "Carregado por Deus", por ser a criança que Cristo pega no colo em Mc 9,36. Com efeito, se os Apóstolos Pedro e Paulo tivessem ensinado a Inácio que os mortos ?dormem?, ele não acreditaria que os justos estão diante de Deus intercedendo pelos que ainda não completaram o caminho da vida (cf. Ap 6,9-11; Ap 20,4). Mas, ele não só crê, mas ensina que quando chegar ao Céu estará ainda a serviço de Deus pelos que estão aqui na terra.
"Portanto, eu vos exorto a todos, para que obedeçais à palavra da justiça e sejais constantes em toda a perseverança, que vistes com os próprios olhos, não só nos bem-aventurados Inácio, Zózimo e Rufo, mas ainda em outros que são do vosso meio, no próprio Paulo e nos demais apóstolos. Estejam persuadidos de que nenhum desses correu em vão, mas na fé e na justiça, e que eles estão no lugar que lhes é devido junto ao Senhor, com o qual sofrefram. Eles não amaram este mundo, mas aquele que morreu por nós e que Deus ressuscitou para nós" (Segunda Carta aos Filipenses, 9. São Policarpo, Bispo de Esmirna. 160 d.C) (grifos meus).
São Policarpo, foi discípulo pessoal de São João Apóstolos e segundo a Tradição, instituído pelo próprio São João, Bispo de Esmirna (na Turquia). Assim como São Clemente e Santo Inácio, São Policarpo, outro discípulo pessoal dos apóstolos não ensinou o "sono da alma". Mas que após a morte os justos se encontram "no lugar que lhes é devido junto ao Senhor".
"O Senhor ensinou clarissimamente que as lamas não só perduram sem passar de corpo em corpo, mas conservam imutadas as características dos corpos em que foram colocadas e se lembram das ações que fizeram aqui na terra e daquelas que deixaram de fazer. É o que está escrito na história do rico e de Lázaro que repousava no seio de Abraão. Nela se diz que o rico, depois da morte, conhecia tanto Lázaro como Abraão e que cada um estava no lugar a ele destinado. O rico pedia a Lázaro, ao qual tinha recusado até as migalhas que caíam de sua mesa, que o socorresse; com a sua resposta, Abraão mostrava conhecer não somente Lázaro, mas também o rico e ordenava que aqueles que não quisessem ir para aquele lugar de tormentos escutassem Moisés e os profetas antes de esperar o anúncio de alguém ressuscitado dos mortos. Tudo isso supõe clarissimamente que as almas permanecem, sem passar de corpo em corpo, que possuem as características do ser humano, de sorte que podem ser reconhecidas e que se recordam das coisas daqui de baixo; que também Abraão possuía o dom da profecia e que cada alma recebe o lugar merecido mesmo antes do dia do juízo" (Contra as Heresias, II,34,1. Santo Ireneu, Bispo de Lião. 202 d.C.) (grifos meus).
Santo Ireneu foi discípulo de São Policarpo. Com sua ortodoxia, ele combate de uma só vez os erros da reencarnação, da inconsciência da alma e da negação do juízo particular pelo qual todos passam logo após a morte.
Há muitos outros testemunhos dos discípulos pessoais dos apóstolos, mas transcrevi aqui as palavras daqueles que os antigos consideravam os mais importantes e fiéis à Tradição dos Apóstolos.
Conclusão
A pregação dos Apóstolos é o fundamento da nossa fé, conforme ensinou São Paulo: "Conseqüentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus" (Ef 2,19-20) (grifos meus).
As Sagradas Letras são pedras que foram bem dispostas conforme a Arquitetura que Cristo confiou a seus Apóstolos, resultando no edifício da Fé. Mas o inimigo promove outro tipo de construção, convencendo muitas pessoas sinceras, pois utiliza as mesmas pedras, porém, com planta diversa daquela deixada pelos Apóstolos.
Ora, os Apóstolos constituíram bispos no mundo inteiro, deixaram seus discípulos para darem continuidade à sua obra. Com efeito, São Paulo ensinou: "Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele" (1 Cor 3,10).
Vimos que os discípulos dos Apóstolos deram continuidade à obra de seus mentores, fundamentando-se na Fé da consciência da alma e não no "sono" desta. Este é o testemunho da Sagrada Escritura e da Memória Cristã.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pentecostes atrai 1 milhão em Brasilia

Cerca de um milhão de pessoas reuniram-se neste sábado (22/5), em Taguatinga, para a Festa de Pentecostes. Entre rezas, terços e shows de bandas católicas, eles celebram o marco do início da igreja cristã. A festa em Brasília acontece no Parque Leão, situado no Km 0 da BR-060. As centenas de fiéis começaram a chegar por volta das 14h. Cada um com seu banquinho ou cadeira, para a Missa da Libertação, celebrada pelo padre Moacir, ponto alto do penúltimo dia da comemoração. No palco instalado no local, várias pessoas deram seu testemunho das graças alcançadas, como a recuperação da saúde, a cura de doenças e a libertação de dos mais diferentes tipos de problemas e aflições. Na sexta-feira, entre os devotos estavam o governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, que participou da primeira Missa da Cura, uma das celebrações mais aguardadas pelos católicos. Neste domingo, às 16h, a última Missa da Cura (1)vai encerrar a programação. Durante a celebração acontecem os momentos mais emocionantes da festa. Alguns fiéis que já foram abençoados com o poder da cura pela fé dão testemunhos. O objetivo é animar os familiares de vítimas de doenças cruéis e propagar o poder de Pentecostes. Este ano, a organização, que conta com membros da Paróquia São Pedro, espera 1,2 milhão de fiéis de todas as regiões do país. Outra tradição da festa é a vigília com velas de Pentecostes (2)no Parque Leão. Os fiéis levam velas e cantam rezas como parte da celebração. Na sexta-feira, eles acenderam as velas brancas em homenagem ao Pai. Ontem, o Filho foi celebrado e, hoje, todos estarão comemorando o Espírito Santo, o protagonista do fim de semana santo. Os fiéis devem levar de casa as velas para se juntar aos outros peregrinos que rezam no local. A recepcionista Maria Filomena Ribeiro, 45 anos, moradora de Vicente Pires, há 10 anos frequenta aFesta de Pentecostes. Desde que começou a ir ao evento, ela se casou, arrumou um emprego e comprou a casa própria. “Este ano eu só vim para agradecer todas as graças que Deus me deu nesses últimos anos”, contou emocionada. Ele levou a filha Sarah, 9 anos, “para aprender que sem Deus as pessoas não são nada”. OrganizaçãoO número grande de católicos reunidos exigiu uma enorme organização. São 1,7 mil voluntários das igrejas vizinhas para colocar o evento de pé e para garantir que ele ocorra sem problemas. Além disso, foram espalhados 180 banheiros químicos e uma praça de alimentação foi montada para atender a demanda. A Secretaria de Transportes colocou ônibus e micro-ônibus extras à disposição das pessoas. O metrô deve funcionar até 0h no domingo. Para aqueles, entretanto, que não conseguirem se deslocar até Taguatinga o evento está sendo transmitindo, pela primeira vez, ao vivo pelo site www.renascidosempentecostes.com.br. O anfitrião da comemoração é o padre Moacir. Ele deu início à festa 11 anos atrás em Taguatinga após receber um chamado de Deus. No início, era realizada na Igreja São Pedro com 3 mil fiéis. Ao longo dos anos o local ficou muito pequeno para receber os peregrinos que atualmente chegam ao espantoso número de 2 milhões. Este ano os organizadores esperam superar as expectativas e conseguir trazer ao Parque do Leão mais de 2,4 milhões de fiéis nos três dias de comemoração. 1 - BençãoQuem não pode comparecer à festa nesse domingo pode receber a benção durante a semana. Toda quarta-feira e quinta-feira o Padre Moacir celebra a Missa da Cura na Igreja de São Pedro, na QSD 28, Taguatinga Sul. Eles recebem entre 8 mil e 10 mil fiéis por dia. 2 - O inícioO primeiro Pentecostes aconteceu 50 dias após depois da morte de Jesus, quando o Espírito Santo desceu em Jerusalém. Todos começaram a falar em línguas desconhecidas que emitiam mensagens do Espírito Santo. Naquele dia, muitos se converteram ao cristianismo, aumentando o número de seguidores de Jesus Cristo.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - por Correio Braziliense

sábado, 22 de maio de 2010

UM CRISTO PARA CADA GOSTO

Foi assim desde os primórdios, foi na Idade Média e continua agora na mídia religiosa e até mesmo nas ruas. Trajes, falas, orações, curas, entusiasmo, sentimentos à flor da pele, hegemonias, projeto de converter o mundo para Jesus, o nome de Jesus colado em carros, portas, peitos e traseiros, como tentativa desesperada de voltar a um passado que não pode ser re-editado nem recuperado. Ou damos ao mundo a idéia concreta e serena de Jesus ou damos o Jesus dos pregadores histéricos que querem reconquistar o mundo para ele, mas cada qual do seu jeito.
Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre, mas seus seguidores não são nem devem pretender ser. O homem precisa mudar porque é um poço de contradições e de imperfeição. Não podemos querer que o mundo creia em Jesus como nós, porque somos milhares de grupos e igrejas perplexas que não conseguem nem mesmo orar o Pai nosso com as mesmas palavras. Que Jesus: de qual pregador e de qual igreja?
Criamos um Jesus do nosso jeito, ou criamos um lado e puxamos Jesus para ele. É mais fácil do que ir para o lado de Jesus. É por esta razão que os jornais de 20 de fevereiro de 2010 mais do que depressa estamparam no mundo inteiro a declaração do rockeiro militante homossexual Elton John, de que Jesus era gay. Não conseguindo ser como Jesus, o cantor sabidamente gay, declarou que Jesus era como ele. Nada a se estranhar, porque milhões de cristãos fazem o mesmo: criam um Jesus revolucionário, guerrilheiro, conservador, progressista, fundamentalista, misógino ou misólogo,curandeiro, financista, irado, violento ou cheio de preconceitos, como eles.
Ao invés de conduzirem uma reflexão serena sobre Jesus, preconizam o que Jesus diria se estivesse aqui, agora naquele templo, naquele rádio e naquela televisão. Aos gritos e certos, certíssimos, porque se consideram profetas dos últimos tempos, concluem que Jesus diria e faria exatamente o que eles estão dizendo e fazendo. É o Cristo manipulado, repintado, re-escrito e adaptado por todos. Enfim, um sanduíche religioso com as iguarias das quais gostamos. E damos a este sanduíche espiritual o nome de Jesus. Não admira que em alguns lugares haja bebidas Jesus e sanduíches Jesus. Um Jesus composto, adoçado e misturado a gosto de cada freguês... O preço? A adesão!
Os pregadores serenos e abertos ao aprendizado perderam espaço! Não possuem um Jesus macdonaldizado, que se serve depressa para crentes apressados, minutos depois do pedido e com os mais diversos sabores!

JESUS E SUA MÃE

Objeto de controvérsias em outras religiões e mesmo dentro do cristianismo é o papel de Maria na vida de Jesus e de Jesus na vida de sua mãe. Os marianos demais e os marianos de menos facilmente entram em conflito com a Maria pequena dos evangelhos. Ou apequenam-na demais ou a engrandecem mais do que ela própria teria desejado. Não são muitos os textos que a ela se referem. A reflexão dos cristãos sobre Maria nasce de algumas deduções, a partir da cultura e do papel da mulher em Israel e, mais tarde, da cultura e do papel da mulher mãe entre os primeiros cristãos.
Maria influenciou ou não influenciou Jesus: Foi Téo-dokos ou foi Téo-tokos. Foi apenas tutora que o educou (dokein) ou foi a mãe (tokos) que o gerou? Por causa desse d e desse t, que trazia no seu bojo muito mais do que uma distinção sutil, comunidades inteiras se degladiaram. Maria foi mãe de um corpo humano no qual morava Deus ou foi mãe de Deus que entre nós morou? E como pode uma mãe humana ser mãe de Deus? Não é ir longe demais? Cuidou de Jesus que crescia entre nós ou gerou Deus filho aqui encarnado no seu ventre?
O tema nunca será resolvido nem aceito. E não haverá consenso. Ou nasce e se perpetua na fé ou morre já na primeira afirmação. Se é absolutamente impossível Deus entrar num ventre de mulher humana, então não foi possível. Se para Deus tudo é possível, então foi possível. A única coisa que Deus não pode é odiar, deixar de ser Deus e deixar de amar. Se pode amansar o mar, se pode fazer sair água da rocha e transformar água em vinho, se pode devolver a vida, então pode se tornar humano sem deixar de ser divino e pode, sim, entrar num ventre de mulher.
Maria foi a primeira a não entender. Perguntou. Não ficando claro, guiou-se pela fé e guardava aqueles mistérios no seu coração. (Lc 2,19) Não saiu dando testemunho da graça recebida porque não era tola nem fanatizada. Sabia que, a começar de José, ninguém aceitaria tal explicação. Usou da inteligência. Calou-se. Deus quis, Deus daria um jeito de explicar o que não se explica. Previu louvores e dores. Sabia como são as pessoas. Era mais pensadora do que imaginamos que foi!
Viu o filho crescer, agiu como qualquer mãe judia, interferiu quando pode e nunca se afastou do mistério que se aninhou em seu ventre, depois, na sua casa e na sua vida e, finalmente, nas ruas de Israel. Estava lá na assunção, no conceber, no crescer e no morrer. E estava também na ressurreição e na ascensão. Assim cremos.
Por isso, falar de Jesus ignorando e diminuindo sua mãe é erro colossal para qualquer cristão que às vezes quase deifica seus pregadores. Mas falar de Maria, quase que deificando-a e igualando-a ao Filho, também é erro colossal. Ela não foi e nunca será deusa ou semideusa. Foi humana tocada pela graça. Mas não pode tudo. Tem que pedir. Não tem o trono nem o cetro. No reino de Deus ela é rainha-mãe por causa do filho mas o poder é do filho. Ele é que o rei. Ele não é o filho da rainha, mas ela é a mãe do rei. Charles na Inglaterra é o filho da rainha, porque sua mãe tem o poder. Jesus, rei do Reino dos Céus não é o filho da rainha porque ela não governa. Mas ela é mãe do rei... Usemos bem desses simbolismos!
Super-exaltar Maria é errado, diminuí-la também. Não é igual a Jesus, mas depois dele ninguém esteve tão dentro do mistério da presença de Deus neste mundo. Por isso dizemos que o filho tem o poder e ela tem o pedir.
Outras igrejas terão que acertar suas contas com Maria. Também nós, católicos. Achar o lugar de nossa devoção por Maria dentro da catequese católica é urgente e fundamental. Por isso, só por questão de coerência, na próxima vez que você entrar num templo, vá primeiro ao sacrário e depois procure a imagem de Maria. Não fale com a imagem, porque imagens não ouvem. Jesus está no sacrário, mas Maria não está naquela imagem. A imagem é símbolo, a eucaristia é real.
Diante daquela lembrança dela feche os olhos e então, peça ajuda. De Jesus Maria entende. De orar ela entende. Para nós católicos, ela está viva e no céu ao lado do Filho. Se Jesus, que é tão poderoso, ainda não levou sua mãe para o céu, então vai levar quem? Ela sabe orar por nós e conosco. Invoque não sua presença, mas sua prece. Lá onde ela está, certamente intercederá por você. Se nós que somos tão pecadores intercedemos a Jesus uns pelos outros até pelo rádio e pela televisão, por que Maria não conseguiria?
Perto de Maria, perto de Jesus! Perto de Jesus, perto de Maria! Onde ele estiver seus santos estarão. Maria, que foi a primeira cristã, lá estará na linha de frente. É nosso jeito de pensar em Jesus. Depois dele vem Maria e, logo a seguir, os seus santos. Só depois, os candidatos a santo que nos falam do altar, do microfone e diante das câmeras... O poder deles é pequeno e sua prece é bem menor, ainda que andem curando de AIDS ou de câncer com seu toque, ainda que o povo queira até o seu suor, ainda que anunciem ressurreições e falem a milhões de pessoas todos os dias. Maria é mais! Os salvos no céu são mais! Santo por santo, aceite os daqui, mas prefira os do céu. Não é por nada não, mas são muito mais confiáveis. PADRE ZEZINHO

DE VOLTA AO CATOLICISMO

Nunca vi Deus, mas escrevo sobre Ele e sobre quem o procura. Viso o leitor que lê pouco sobre assuntos de religião. Comento o que se diz sobre Ele e o que dizem que Ele disse. Falo dos que garantem ter tido uma experiência pessoal da presença dele. Falo sobre nossa igreja e outras igrejas, pregadores e fiéis. Escrevo sobre cátedras púlpitos, romeiros, telespectadores e ouvintes. Percebo com que sofreguidão milhões de pessoas procuram Deus. E vão buscá-lo no sermão do seu padre ou pastor preferido. Muitos o procuram em livros. Acabo de publicar mais um pelas Edições Paulinas. Tem 600 páginas e chama-se “De Volta ao Catolicismo; Subsídios para uma Catequese de Atitudes.”.

Permitam-me que fale dele! Para minha alegria, a primeira edição esgotou em um mês. Alguém comprou, alguém viu na Internet, um contou para o outro, houve quem comprasse trinta para os catequistas da paróquia, uma emissora de rádio deu um a cada funcionário, uma dona de loja o deu de presente os católicos. De um colega sacerdote ouvi que ele via no livro o esforço de um colega que persegue há anos “a palavra certa, do jeito certo, na hora certa e para a pessoa certa”. Fazia menção a uma canção que compus há vinte anos atrás. Desta vez foram dezesseis anos acumulando dados e dois para escrevê-lo. Podem crer que houve muitas noites em claro! Os livros que li eram empolgantes. Eu queria que o meu fosse assim. Comecei-o em l994.

Não é um livro excepcional. Há melhores e mais profundos na mesma editora. E os há em profusão nas livrarias do mundo. Na verdade, os livros que consultei eram todos melhores do que as páginas que acabo de publicar. Então, porque gastei tanto tempo para escrever uma obra que não é a melhor do gênero?

Digo-o em três adjetivos: “Informativo”, “acessível”, “questionador”. Notei que os livros que li até o fim tinham esta característica. Tenho por hábito ao folhear um livro novo, olhar o índice, as primeiras introduções, as páginas centrais e os últimos capítulos. Sei de muitos leitores que fazem o mesmo. Então decidi escrever com títulos e subtítulos, letras grandes, manchetes jornalísticas, textos pequenos de 20 linhas, a respeito do que andam dizendo sobre e contra nós, católicos.

Segui o número 229 do Documento de Aparecida. Ele propõe que, sem perder as boas maneiras, nós católicos não deixemos nada sem resposta. Propõe uma volta á apologética. Sabemos no quê, em quem e por que acreditamos. Se os outros sabem e proclamam, nós também sabemos e proclamamos, na maioria dos casos, há muito mais tempo. Queremos ser católicos situados, e não católicos sitiados. Sabemos o que queremos.

Faz bem ao escritor ao sair da missa e no metrô, ver seu livro na mão de pessoas que o procuraram por recomendação de amigos e agora o recomendam a outros. Valeram os cansaços. Deus seja louvado! Quero católicos que, questionados, saibam explicar e sem gaguejar, porque e no que acreditam. Meu livro tem esta intenção. Não é nem pretende ser perfeito. Aceito críticas e correções.
PADRE ZEZINHO

terça-feira, 18 de maio de 2010

IDOLATRIA CATÓLICA OU MENTIRAS DE EVANGÉLICOS

BATISMO DE CRIANÇAS

O silêncio: o porteiro da vida interior

É necessário escutar bem para falar bem e na hora certa

Muito me incomoda, em nossos tempos modernos, o barulho generalizado, ou seja, a falta de silêncio interior e exterior também para podermos rezar, tomar decisões, escutar a Deus, a si mesmo e aos outros. Outro dia fui ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e li numa das colunas internas do santuário o apelo: "Silêncio é também oração!" Parece que diante de tudo que a gente vive é necessário falar o tempo todo, pouco se faz silêncio, um dos motivos, penso eu, é que, na verdade, nós temos medo do que vamos ouvir, por isso, o silêncio nos incomoda tanto.

A IGREJA TEM O PODER DE PERDOAR PECADOS?

"Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, lhe serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20,22-23).

Sabemos que o batismo é o primeiro grande sacramento do perdão dos pecados. Através do batismo somos inseridos na família de Deus (a Igreja) e temos nossas culpas perdoadas.

Mas se o Cristão que no ato do batismo recebeu a imagem de Cristo, vier a pecar e então manchar esta imagem? Como ele obterá o perdão do pecado se não pode ser rebatizado?

A graça do batismo embora seja regenerativa, não livra a natureza humana de cometer pecados. O batismo é na verdade a porta de entrada para a Graça do Senhor e não a única e exlcusiva opção. No combate contra a inclinação para o mal, nem todas as batalhas o homem é vencerá; nem sempre conseguirá evitar a ferida do pecado.

É necessário então que haja uma outra chance para que o batizado possa se reconciliar com Deus e a Santa Igreja.

Foi para este caso que Nosso Senhor instituiu em Sua Igreja, o Sacramento da Confissão.

Objeção Protestante

Os protestantes afirmam que o perdão dos pecados deve ser pedido diretamente a Deus. Afirmam que a Igreja Católica pregra contra o Evangelho porque ensina que os fiéis católicos devem confessar seu pecado ao padre, e que isto seria errado pois o padre é um homem pecador como qualquer outro e como poderia um homem pecador perdoar o pecado de outro pecador?

Se o padre pode batizar porque não pode perdoar pecados? Não é pelo batismo que obtemos o primeiro perdão dos pecados? Se podemos obter o perdão dos pecados quando o padre batiza, por que não podemos obter este mesmo perdão pelo sacramento da penitência (ou confissão)?

Para sermos coerentes, ou deveríammos ser batizados diretamente por Deus ou o padre também pode perdoar pecados.

Por que que a Graça que opera no ato do Batismo não pode operar também no ato do confissão ao sacerdote?

Qual será o ensinamento que Cristo deixou sobre o perdão dos pecados após o batismo?

Antes, veremos como Ele instituiu a confissão dos pecados na Antiga Aliança.

O perdão dos pecados na Antiga Aliança

Na Antiga Aliança os pecados não eram perdoados com a confissão direta a Deus. O pecado era confessado no Templo perante o sacerdote e o pecador tinha que oferecer um sacrifício especifico para obter o perdão de seu pecado (cf. Lv 4). Esta regra estabelecida por Deus era figura do Sacramento da Confissão. Como Ele mesmo disse, o Senhor não veio abolir a Lei, mas dar o seu correto cumprimento. Cristo vem para realizar aquilo que antes era anunciado em figura. O que Ele fez com a antigra regra de Moisés quanto à confissão e perdão dos pecados?

Veremos agora como a confissão dos pecados deveria ser na Nova e Eterna Aliança.

O perdão dos pecados na Nova e Eterna Aliança

A Igreja foi fundada para que seja o Cristo na terra, isto é, para que opere na terra tudo que Cristo operava, já que Ele deveria ir para o Pai. Como dizia Santo Ambrósio de Milão: "O Senhor quer que seus discípulos tenham um poder imenso: quer que seus pobres servidores realizem em Seu nome tudo o que havia feito quando estava na terra" (Sobre a Penitência, 370 DC).

O Senhor desejou que as coisas que Ele realizava fossem agora realizadas por meio de Sua Igreja.

Por isso Nosso Senhor primeiramente confere aos apóstolos o poder de batizar e autoridade de pregar o Evangelho, já que sem a fé Nele e sem o batismo ninguém pode se salvar (cf. Mt 16,15-16).

Depois Nosso Redentor confere aos Apóstolos o poder de perdoar pecados: "Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, lhe serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20,22-23).

O desejo de Cristo de que o perdão dos pecados deve ser obtido através da Igreja é bem claro. É um grande erro crer que o pecado pode ser confessado diretamente a Deus. Não foi este o desejo de Nosso Senhor.

Da mesma forma que sem Cristo não há perdão, sem a Igreja também não há, já que ela é o Cristo na terra.

Precedentes contra o Sacramento da Confissão

No início do século III, Novato - um sacerdote da Igreja em Roma - ensinava que não haveria mais esperança para aquele que viesse a pecar depois do batismo. Para ele era inútil o poder da Igreja de perdoar pecados. Novato consegue influenciar muitos membros do clero em Roma. Seus ensinamentos provocaram grande turbulência na Igreja Católica em Roma e então um Concílio regional é convocado para tratar da questão. Segundo o historiador da Igreja Primitiva, o Bispo Eusébio de Cesaréira, este Concílio "Contava com sessenta bispos e ainda um número maior de presbíteros e diáconos; nas províncias, os pastores examiraram em particular, conforme cada região, o que importava fazer. Foi tomada uma decisão geral. Fossem considerados fora da comunhão da Igreja, Novato, simultaneamente com os que se rebelaram com ele, e adotaram a opinião antifraterna e inteiramente desumana de Novato. Relativamente aos irmãos que haviam caído na infelicidade, era preciso tratá-los e curá-los pelos remédios da penitência" (História Eclesiástica VI, 43,2).

Em normas gerais, a heresia Novaciana negava o perdão dos pecados aos que caíram em pecado após o Batismo. Os sacerdotes novacianos, negavam ministrar o Sacramento da Confissão aos fiéis da Igreja.

Embora o Concílio Reginal de Roma tivesse condenado as teses novacianas, além de outros Concílios Regionais na próprio Itália, no Egito e na África, a heresia Novaciana ganhou grande terreno na Igreja Antiga.

Em meados do século IV, o Bispo Ambrósio de Milão (pai espiritual de Santo Agostinho) publica importante obra contra a heresia novaciana entitulada "Sobre a Penitência". A obra reafirmava a ortodoxia da Tradição recebida dos Apóstolos, de que a Igreja não poderia negar o perdão dos pecados aos fiéis e que recebera especial poder de Cristo exatamente para este fim. "Sobre a Penitência" foi definitiva para varrer as teses de Novato do seio da Santa Igreja.

Conclusão

O catecismo da Igreja Católica quanto ao Sacramento da Confissão, é fé antiga do Cristianismo. A Igreja Católica não modificou o Evangelho ( como acusam os homens de má fé ou ignorantes da memória Cristã), ao contrário ensina o Evangelho de sempre, assim como Cristo comunicou aos Apóstolos e estes nos deixaram através da Sagrada Tradição. Vimos que a própria Bíblia dá testemunho de que Cristo deu aos seus apóstolos o poder de perdoar pecados (cf. Jo, 20,22-23).

A tese que nega que a Igreja tenha o poder de perdoar os pecados, sempre foi tida como heresia nos primeiros séculos. Como pode ser agora aceita como fé legítima?

A Verdade é verdade sempre: ontém e hoje. A falta de memória cristã é arrasta e tem arrastados muitos a professarem o erro, achando que estão agradando a Deus.

Ficamos aqui com a reflexão de Santo Ambósio de Milão sobre aqueles que, como os novacianos, negam que a Igreja tenha o poder de perdoar pecados:

"Dizem eles [os hereges novacianos], porém, que prestam reverência ao Senhor, o único a quem reservam o poder de remir os crimes. Pelo contrário, ninguém lhe faz maior injúria do que aqueles que querem anular seus mandamentos, rejeitar o encargo que lhes foi confiado. Pois se o próprio Senhor Jesus diz em seu Evangelho: 'Recebei o Espírito Santo, e a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados, e a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos'(Jô 20,22-23). Quem é que o honra mais: aquele que obedece a seus mandamentos ou aquele que resiste a eles?"(Santo Ambrósio de Milão, Sobre a Penitência 2,6. 370 DC)

"Que sociedade podem então ter contigo [Jesus] estes que não aceitam as chaves do Reino (cf. Mt 16,19), ao negarem que devem perdoar os pecados?" (Santo Ambrósio de Milão, Sobre a Penitência 7,32. 370 DC)

"É certamente isto que eles [os novacianos] confessam a seu próprio respeito e com razão; de fato, não podem ter a herança de Pedro aqueles que não tem a cátedra de Pedro, a qual despedaçam com uma ímpia divisão. Contudo, é sem razão que negam também que na Igreja os pecados possam ser perdoados."(Santo Ambrósio de Milão, Sobre a Penitência 7,33. 370 DC)

FONTE:VERITATIS

domingo, 9 de maio de 2010

Mudaram de religião - Pe Zezinho

A volta dos católicos - Pe Zezinho

A CAMPANHA "CATÓLICOS VOLTEM PARA CASA" JÁ FEZ VOLTAR 200.000 NOS EUA!

Uma reflexão do seu fundador, Tom PetersonROMA, quinta-feira, 6 de Maio de 2010 (ZENIT.org). Graças à campanha Catholics come home, (Católicos, voltem para casa) fundada pelo americano Tom Peterson, mais de 200.000 mil pessoas nos Estados Unidos, entre ateus, ex-católicos e católicos não-praticantes, decidiram voltar ao seio da Igreja para viver e testemunhar a fé católica. Por meio de publicidade em diferentes canais de televisão nos Estados Unidos e da página de internet http://www.catholicscomehome.org/, também com versão em espanhol, http://www.catolicosregresen.org, dezenas de milhares de pessoas puderam se encontrar com uma mensagem que convida a descobrir a essência do Catolicismo, seu alcance ao longo da história, como também com a felicidade que representa para milhões de crentes ao redor do mundo de viver a fé Católica. Tom Peterson participou semana passada do VII Seminário Profissional para os Gabinetes de Comunicação da Igreja, realizado na Universidade de Santa Croce, em Roma, no qual falou sobre esta campanha nos Estados Unidos.A história desta iniciativaEm conversa com ZENIT, Peterson contou que tudo começou 13 anos atrás quando foi a um retiro espiritual que mudou sua vida. Embora católico praticante, admite que ele teve outras prioridades antes da vivência da fé. Como resolução neste retiro, ele quis freqüentar mais os sacramentos, assistir à Missa diária e tornar-se mais íntimo das Sagradas Escritas. Então, ele disse que tinha dois sonhos: um com um bebê que estava sendo sufocado com um travesseiro e outro com a promoção de anúncios para a evangelização católica. "Ambos os sonhos puderam agora tornar-se realidade: meios virtuais e nosso apostolado a favor de vida", conta Peterson.Em 1997, ele recebeu uma ligação da diocese de Phoenix (Arizona): "Disseram-me: O Santo Papa João Paulo II, para a nova evangelização, quis convidar católicos inativos a voltarem à Igreja para o Jubileu. Você poderia nos ajudar?", conta Peterson. A este chamado respondeu prontamente. Compreendeu que se tratava do sonho tornando-se realidade e do chamado recebido no retiro: "para usar os talentos que Deus me deu, não para meu próprio benefício, mas para a Igreja". Assim começou Catholics come home.Começaram a colocar no ar os primeiros anúncios de propaganda e, uma semana meia depois, 3.000 pessoas voltaram à Igreja. Deste modo, Peterson percebeu que deveria dedicar mais horas a esta campanha: "criamos um apostolado leigo de tempo integral, dando cumprimento ao Ensino da Igreja", disse a ZENIT. Procuraram assessores de todos os tipos: "muitos clérigos, peritos em negócios, teólogos leigos, conhecidos autores católicos, famosos, conferencistas que nos aconselharam e nos ajudaram a ficarmos seguros de que nossa publicidade teria algo a ensinar", observou Peterson.Projetaram, assim, anúncios de três tipos, em que eles promoviam a fé católica deste modo: os chamados Épicos "que mostram a universalidade da Igreja no mundo", disse Peterson; advertências em filmes que "convidam as pessoas a aprofundarem-se na relação com Jesus e que falam da Divina Misericórdia", e outros testemunhos de pessoas que estavam afastadas e voltaram à Igreja Católica.Uma campanha que muda vidasSão muitas as histórias de pessoas que se converteram ou que se aproximaram da fé católica e das quais Peterson foi testemunha. Em diálogo com ZENIT, compartilhou a história de algumas delas. O primeiro é um jovem chamado Harrison. "Ele se inscreveu em uma universidade protestante, mas não se aprofundou muito nesta fé; quando visitou nossa página disse: - Isto é exatamente o que eu buscava -. Um ano depois retornou ao Catolicismo e agora se inscreveu na universidade católica Ave Maria, na Flórida", disse o fundador de Católicos, voltem para casa.Tom Peterson também contou a história de um homem chamado Adrian que mora no Colorado: "Ele nasceu em uma família católica, mas não cresceu nesta fé. Ele deixou a crença e transformou-se em ateu"."Sua esposa e seus filhos também o eram" disse Peterson. Quando Adrian visitou a página da internet desta campanha, ele quis ver um dos anúncios Épicos. "Ele viu a história, a espiritualidade e os alcances da Igreja Católica e viu que tudo isso fez sentido", assegura Tom. Adrian voltou à Igreja Católica. Sua esposa e seus filhos também se tornaram católicos.De acordo com as estatísticas, cerca de um milhão de pessoas de 80 países diferentes têm acessado a página desta campanha. "Nós normalmente esperamos que visitem estes anúncios pessoas, por exemplo, da Itália ou Irlanda, porque estes são países católicos, mas nos veem pessoas do Qatar - península arábica - ou de outros países tradicionalmente não-católicos, eu acho isto milagroso", diz Peterson. Enquanto as mensagens de televisão são transmitidas normalmente durante seis semanas em certa diocese, Peterson contou que, no momento, têm em inglês aproximadamente 25 anúncios diferentes. As campanhas são intensificadas em tempos como Advento, Natal e Quaresma."Há muitas discussões das pessoas que, por exemplo, falam nos salões de beleza, nos bares, nos ambientes de trabalho; todo mundo tem que ter visto um dos anúncios de Catholics come home e eles falam disto", diz Peterson. Quem trabalha tem realizado estudos com grupos focados no impacto destas mensagens: Eles investigam a percepção da Igreja antes e depois de ver o comercial. 76% desses entrevistados acreditam que a mensagem é muito positiva e 53% asseguram que eles considerariam voltar à fé católica depois de ver estes anúncios.Uma campanha que cresce a cada diaAssessores e técnicos atualizam constantemente a página da internet. Eles procuram ser mais interativos e implementar uma tecnologia cada vez melhor. Também adaptar e enriquecer os ensinos desta campanha: "Por exemplo, temas sobre a infertilidade, métodos de contracepção, o aborto e a vida, matrimônio e família, anulações matrimoniais, entre outros tópicos", diz Peterson. Eles também estão trabalhando na implementação da página da internet em espanhol e nas mensagens em polonês. Não só traduzindo o material, mas adaptando-o às respectivas culturas. Deste modo, Peterson está convencido de vivenciar, cada vez mais, os ensinamentos de João Paulo II na exortação apostólica pós sinodal Christi Fidelis Laici: "Quando nós combinamos o conhecimento e a experiência com os talentos que Deus nos deu em um mundo secular, com a fé e a oração e nos permitindo guiar pelo Espírito Santo, nascem frutos milagrosos como este tipo de apostolado e estes resultados", conclui Peterson.

Toda mãe traz os traços de Maria

o amor materno é capaz de apoiar os filhos.

Ser mãe vem ao encontro da plenitude do ser feminino. Toda mulher é chamada a gerar um novo ser humano, seja física ou espiritualmente. Com Maria, Mãe de Jesus, também foi assim. Ela foi escolhida por Deus para uma gravidez incomum, em que o fruto de seu ventre traria a vida eterna para toda a humanidade. Para isso Nossa Senhora contou com auxílio do Céu, nasceu imaculada, para o propósito divino de ser geradora do Salvador, mas o Pai dotou-a de virtudes naturais que são inerentes ao ser mulher e que, na maior parte dos acontecimentos de sua vida, ela dispôs do que lhe era humano para que o plano do Altíssimo acontecesse.
Desde a Anunciação, em que ela abre mão de seus planos de constituir uma família, até o Pentecostes, evento em que ela está firme e perseverante na oração junto aos apóstolos, o ministério de Jesus é marcado pela presença dela.
Como então separar Maria do ministério do Cristo?
É nesse caminhar junto, dispondo da energia natural ao que é vontade de Deus, que acontece a maternidade espiritual. Ser mãe é ser Maria na vida dos filhos, que não apenas os traz ao mundo, mas os encaminha para sua missão, indicando o que é nobre, justo e verdadeiro.
O amor do coração materno as impulsiona a estarem sempre presentes na vida dos filhos, não somente de forma física ou tomando-os como propriedades, mas vislumbrando na maternidade de Maria, como educar para o crescimento em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e diante dos homens.
O grande milagre da vida realiza-se quando o sopro amoroso da existência, vindo de Deus, perpassa o ser de alguém que se desfaz de si para elevar o pequeno e indefeso até a grandiosidade de sua missão neste mundo.
Se foi tão importante para Nosso Salvador Jesus Cristo ter a presença materna até a vinda do Espírito Santo é porque o amor materno é capaz de apoiar os filhos de forma extraordinária na realização de um desígnio de vida.
Obrigado a todas as mães por serem Maria em nossas vidas!
Um feliz Dia das Mães e abençoado mês de Maria.
Sandro Ap. Arquejada - Missionário Canção Novasandroarq@geracaophn.com

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pedofilia já levou quatro "pastores" para a cadeia, revela o senador Magno Malta


Senador Magno Malta revela que CPI já prendeu quatro pastores por pedofilia
Senador é presidente da CPI da Pedofilia e explica que o fato de ser evangélico não influencia em seu trabalho
Mesmo sendo evangélico, as investigações aprofundadas sobre as denúncias de pedofilia não têm impedido o senador Magno Malta (PR) de atuar, também, nas denominações cristãs. Ele surpreendeu jornalistas ao afirmar que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia, da qual é o presidente, já prendeu quatro pastores evangélicos acusados desta prática.
O nome dos líderes e o Estado onde moram não foram divulgados, assim como a Igreja que conduziam. Mesmo assim, o senador confirmou as prisões e disse que o fato dele servir ao Senhor não influencia no trabalho da CPI. “Sou evangélico e já prendemos quatro pastores”, revelou, para jornalistas.
O nome do senador está cada vez mais em evidência nos veículos de comunicação de todo o País. Na qualidade de presidente da CPI da Pedofilia, no Senado Federal, ele tem combatido essa prática e desafiado, inclusive, grandes líderes religiosos. Durante a última Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), ocorrida em abril do ano passado, no Espírito Santo, Malta discursou rapidamente e falou sobre as investigações.
“A pedofilia é uma prática antiga e que está estourando agora. Está presente nas Casas Legislativas, nos púlpitos, nas paróquias e nas simples residências, ou seja, está em todos os lugares”, informou.
Recentemente, o senador esteve em Maceió para acompanhar o trabalho da Polícia Civil de Alagoas sobre as denúncias de abuso sexual praticado por padres de Arapiraca. Ele já adiantou que a CPI retornará ao Estado para ouvir os acusados e as supostas vítimas.
BIOGRAFIA – Magno Malta nasceu na Bahia, tem 52 anos, e, além de político, é pastor evangélico e integrante da banda gospel Tempero do Mundo. No dia 18 de outubro de 2007, em discurso na tribuna do Senado Federal, Magno Malta se opôs à aprovação do projeto de lei 122 de 2006, da então deputada Iara Bernardi, o qual criminaliza a homofobia.
Para o senador, o projeto de lei puniria pastores e padres que proibissem "homossexuais de se beijarem dentro de igrejas", porque estariam discriminalizando o "gesto afetivo". Ele também disse que, caso os homossexuais tivessem um "ato sexual embaixo de sua janela", todos que discriminassem seu "gesto afetivo" iriam presos.
Além disso, Malta temeu que pala redação do projeto de lei 122 de 2006 necrófilos e pedófilos, digam que "sua orientação sexual é transar com crianças".

domingo, 2 de maio de 2010

Como converter católicos ás igrejas protestantes

Por Steve Wood
Tradução: Rondinelly Ribeiro
Fui protestante por 20 anos antes da minha conversão ao catolicismo. Como líder de grupo de jovens, evangelista em prisões e universidades, e como pastor levei muitas pessoas do catolicismo para o protestantismo, inclusive meus pais e outros parentes. Isto foi surpreendentemente fácil. Eu utilizava a seguinte fórmula em três etapas para conseguir meu objetivo.
Primeiro passo: convidar os católicos às igrejas protestantes para ter uma "experiência de conversão".
A grande maioria das igrejas protestantes organiza movimentos jovens bastante dinâmicos, como shows, louvores nas casas e pequenos grupos de estudos bíblicos. Além disso, empreendem congressos, seminários e "cruzadas" evangelísticas. Durante um convite "inocente" de um amigo protestante, o católico começa a participar destes eventos enquanto ainda freqüenta as missas aos domingos em sua própria igreja.
As igrejas protestantes, pelo menos as sérias, pregam um evangelho simples: arrependimento do pecado e seguir a Cristo. Dão especial ênfase à relação pessoal com Jesus Cristo e com a recompensa da vida eterna. A maioria dos católicos não está acostumada a ouvir uma pregação tão ativa e agressiva contra o pecado e a favor do seguimento de Cristo. Como resultado disto, o católico experimenta uma verdadeira experiência de conversão.
Sem dúvida, os protestantes devem ser elogiados por sua eficácia em promover conversões. Os líderes católicos deverão duplicar seus esforços caso queiram igualar as conversões em suas igrejas. A razão para isto tudo é simples: cerca de 5 a 10 pessoas aceitam as crenças da denominação onde tiveram a experiência de conversão. Esta média aumenta para os que experimentam profunda conversão ou têm experiências carismáticas ministradas por protestantes (acreditem em mim, eu sei do que estou falando, sou formado por uma escola da Assembléia de Deus e fui pastor protestante em duas igrejas carismáticas).
Os pastores protestantes, evangelistas, líderes de jovens e ministros leigos já estão convencidos de que uma experiência de conversão em suas igrejas provoca uma firme adesão à fé protestante. Porque os católicos falham em perceber este fenômeno? Porque são tão relaxados acerca de um processo que está afastando milhares de católicos da igreja?
Segundo passo: dão uma versão protestante à sua conversão.
Uma conversão verdadeira é uma das maiores experiências da vida, possivelmente comparáveis ao nascimento e ao casamento. A conversão desperta uma insaciável "fome" de Deus. Os líderes protestantes treinam obreiros para darem continuidade a esta experiência espiritual.
Antes de um congresso, eu dava um curso de seis meses para obreiros. Eu os mostrava como dar a interpretação protestante da experiência de conversão com versículos bíblicos selecionados. A passagem escolhida era Jo 3,3: Jesus replicou-lhe: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus
Utilizava a técnica bíblica do "touch and go", semelhante à usada em treinamento de decolagem e aterrissagem de pilotos de avião. Nós rapidamente líamos Jo 3,3 e víamos que é necessário nascer de novo para obter a vida eterna. Então falava de conversões em termos de novo nascimento. Então rapidamente líamos Jo 3,5 que afirma a necessidade de nascer "da água e do espírito". Eu nunca mencionava que por 20 séculos as igrejas católica e ortodoxa, reproduzindo o consenso unânime dos padres, entenderam estas passagens como referência ao sacramento do batismo! E com certeza eu não citava Tt 3,5 como referência paralela a Jo 3,5.
Em toda minha vida de protestante, todos os católicos convertidos ao protestantismo desenvolveram um a firme rejeição à fé católica.
Em 20 anos de ministério protestante, nunca conheci um católico que soubesse que Jo 3,3-8 fala do sacramento do batismo. Por isso era muito fácil convencê-los que a Igreja que assim interpretava estaria enganada.
Provérbios diz "Quem advoga sua causa, por primeiro, parece ter razão; sobrevém a parte adversa, que examina a fundo." (18,17). Os católicos que não conhecem sua fé católica jamais terão a oportunidade de ouvir "o resto da história". Meu uso seletivo das escrituras fazia a fé protestante grandemente convincente. Várias vezes este método causou a repulsa dos católicos à fé católica.
Terceiro passo: acusar os católicos de não ensinar a salvação pela graça.
Os católicos geralmente consideram os protestantes alienados, controlados, idiotas. Isto é falso e injusto. Seu zelo evangelístico é alimentado de profunda caridade.
Esta é uma razão porque eu levava os católicos para o protestantismo: eu pensava que eles estavam condenados ao inferno. Achava que os católicos não ensinavam a salvação pela graça, e sabia que quem não ensinasse isso não seria salvo. Por amor a suas almas, eu os convertia ao protestantismo.
Para convencer os católicos de que eles tinham que sair de suas igrejas, eu usava Ef 2,8-9:
Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie.
Primeiro eu dizia: "A Bíblia afirma que a salvação se dá pela graça e não pelas obras, certo?". A resposta deles era sempre sim. Então eu dizia: "A Igreja Católica diz que a salvação se dá pelas obras, certo?" (eu nunca conheci um católico que, durante todo meu ministério pastoral, me contradissesse e afirmasse que a Igreja Católica ensina a salvação pela graça e não somente pelas obras!). Então, finalmente, eu falava: "Por isso, a Igreja Católica está levando as pessoas para o inferno quando nega a salvação pela graça. Te convido a vir à uma igreja que ensine o verdadeiro caminho para a salvação". Era fácil.
Pelo fato de usar a mesma técnica do "touch and go", nunca citava o versículo 10 de Efésios que diz "Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos." Façam um teste, ouçam com atenção os televangelistas. Nove entre dez vezes darão ênfase a Ef 2,8-9 e esquecerão do v.10.
Nós não somos escravos que tentam em vão ganhar nossa salvação por "obras da lei" (Ef 2,8-9). Por sermos filhos de Deus, somos inspirados e movidos pelo Espírito Santo a fazer todo tipo de "boas obras" em cooperação como o Senhor para alcançar o Reino Celestial (Ef 2,10). O catolicismo ensina e mostra a mensagem completa de Efésios 2,8-10, sem abreviar a verdade.
Por 20 séculos a verdade ensinada na Igreja foi a salvação pela graça. O primeiro Papa, Simão Pedro, disse: "Nós cremos que pela graça do Senhor Jesus seremos salvos, exatamente como eles." (At 15,11). O Catecismo da Igreja Católica, dedicado pelo Papa João Paulo II à Igreja, diz: "Nossa justificação vem da graça de Deus. A graça é favor, o socorro gratuito que Deus nos dá para responder a seu convite: tomar-nos filhos de Deus, filhos adotivos participantes da natureza divina, da Vida Eterna." (1996).
O protestantismo se iniciou com Martinho Lutero afirmando que somos justificados somente pela fé. Quando trabalhava convertendo católicos ao protestantismo não havia me tocado que Lutero havia acrescentado a palavra somente na sua tradução para o alemão de Romanos 3,28 para dar base à sua nova doutrina (tal palavra não é encontrada em nenhuma versão protestante atual de Rm 3,28). Não percebi que o único momento em que a Bíblia cita a frase "somente pela fé" é em Tiago 2,24, onde a idéia de Lutero é explicitamente refutada: "Vedes como o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé?". Este versículo é prejudicial ao protestantismo, mas eu preferia ignorá-lo, ou me contorcia para fazer com que significasse algo que não verdade não significava.
Os Católicos devem participar de eventos protestantes?
Não faço objeções a católicos participarem de eventos protestantes contanto que:
Tenham firmeza quanto a fé católica;
Tenham conhecimento de sua fé a ponto de interagirem com não-católicos, usando a Bíblia e os pais da Igreja;
Tenham a consciência de que a mais profunda presença de Cristo não se encontra em gritos e gestos frívolos ou em fortes emoções, mas em momentos de silêncio como na adoração Eucarística (1Rs 19,11-12).
Infelizmente os católicos nascidos depois da Segunda Guerra Mundial para cá não se encaixam nesses requisitos. Para estes, participar de eventos protestantes é abrir as portas para deixarem a Igreja Católica.
Neste momento existem milhares de católicos que estão prontos para deixar a Igreja que Cristo derramou o sangue para edificar. Recentemente tomei conhecimento de um grupo de católicos que não mais usará o Catecismo da Igreja em seus estudos bíblicos, pois acreditam que tudo está na Bíblia. Três desses homens já afirmaram não crer mais na Real Presença Eucarística. Eu lhes direi onde este grupo irá acabar: numa igreja protestante.
A maior Igreja da América é a Igreja Católica, o segundo maior grupo da América são os Ex-Católicos. Os atuais movimentos católicos buscam ajudar as pessoas a descobrirem as raízes de sua fé católica. Com isso, ao invés de saírem da Igreja, as pessoas poderão descobrir as riquezas do catolicismo.
É importante lembrar que quando alguém deixa a Igreja Católica, geralmente leva toda a família junto. Após meus ancestrais da Noruega, Inglaterra Alemanha e Escócia, que decidiram deixar o catolicismo, cerca de 10 gerações (quatrocentos anos!), toda a minha família atualmente é católica.
Como alguém cuja família fez uma jornada completa de volta ao catolicismo, por favor, deixe-me fazer um apelo aos líderes dos diversos grupos católicos: não deixem católicos destreinados penetrarem em eventos protestantes, quaisquer que sejam. Eles terão ainda que uma rápida experiência religiosa que trará grande risco de os fazer perder a fé. Sei muito bem do que estou falando. Será muito mais seguro expô-los a elementos protestantes somente quando já tiverem sido exaustivamente expostos ao catolicismo.
No funeral de meu pai, há nove anos atrás, cantei meu hino predileto: "The Faith of our Fathers". Todos os dias agradeço a Deus por me trazer de volta à fé de nossos ancestrais, a verdadeira fé. Todos os dias que Deus me conceder a vida permanecerei proclamando aos meus amigos protestantes e aos católicos a gloriosa fé de nossos pais.