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sábado, 8 de junho de 2013

O que leva um homem a bater na mulher?

SEGUNDO alguns especialistas, é mais provável a mulher ser morta pelo companheiro do que por qualquer outra pessoa. Vários estudos foram conduzidos num esforço de coibir a onda de violência doméstica. Qual é o perfil do homem que bate na mulher? Como foi sua infância? Era violento durante o namoro? Como o agressor reage a tratamentos?
Uma coisa que os especialistas constataram é que não existe um perfil típico do agressor. Por um lado há aqueles cuja violência é esporádica. Esse tipo não usa arma nem tem antecedentes de abuso. Para ele, o ato de violência é esporádico e ele parece ser influenciado por fatores externos. No outro extremo há o homem que desenvolveu um padrão crônico de agressão. Os espancamentos são constantes e ele parece sentir pouco ou nenhum remorso.
Mas a existência de diferentes tipos de agressores não significa que algumas formas de maus-tratos não sejam graves. Qualquer tipo de violência física pode causar ferimentos — ou até mesmo a morte. Assim sendo, o fato de a violência de um homem ser menos frequente ou menos intensa do que a de outro não torna seu comportamento justificável. Não existe violência “aceitável”. Que fatores podem levar um homem a agredir fisicamente a mulher a quem prometeu amar e prezar para o resto de sua vida?
Exemplo na família
Como seria de esperar, muitos homens que batem na mulher cresceram em famílias onde presenciavam a violência. “A maioria dos agressores foram criados num ‘campo de batalha’ doméstico”, escreve Michael Groetsch, que passou mais de duas décadas fazendo um estudo sobre o assunto. “Eles passaram a infância num ambiente hostil onde a violência física e emocional eram ‘normais’.” Segundo certa especialista, um homem criado em tal ambiente “aprende do pai logo na infância a desprezar as mulheres. O menino aprende que o homem sempre tem de dominar as mulheres e que a maneira de fazer isso é por assustá-las, machucá-las e humilhá-las. Ao mesmo tempo, ele aprende que a única maneira de conseguir a aprovação do pai é copiar seu exemplo”.
A Bíblia torna claro que a conduta dos pais pode ter forte influência — positiva ou negativa — sobre os filhos. (Provérbios 22,6; Colossenses 3,21) É claro que o ambiente familiar não justifica o comportamento violento, mas pode ajudar a explicar onde são lançadas as sementes do temperamento violento.
Influência cultural
Em alguns países, bater na mulher é considerado aceitável, ou até mesmo normal. “Existe em muitas sociedades um conceito profundamente arraigado de que o marido tem o direito de bater na mulher ou de intimidá-la fisicamente”, declara um relatório das Nações Unidas.
Mesmo em países onde esse tipo de abuso não é considerado aceitável, muitos adotam esse código violento de conduta. O conceito irracional que alguns homens têm a esse respeito é chocante. Segundo o jornal sul-africano Weekly Mail and Guardian, um estudo feito na península do Cabo mostrou que a maioria dos homens que afirmava não agredir a esposa achava que bater em mulher era uma conduta aceitável e que isso não era violência.
Evidentemente, esse conceito deturpado com frequência é aprendido na infância. Na Grã-Bretanha, por exemplo, certa pesquisa mostrou que 75% dos meninos entre 11 e 12 anos acham aceitável o homem bater na mulher quando provocado.
Não há justificativa para a violência
Os fatores acima talvez ajudem a explicar a violência contra a mulher praticada pelo marido, mas não a justificam. Em termos simples, bater no cônjuge é um grave pecado aos olhos de Deus. Na Sua Palavra, a Bíblia, lemos: “Os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, ama a si próprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua própria carne; mas ele a alimenta e acalenta, assim como também o Cristo faz com a Igreja.” — Efésios 5,28-29.
A Bíblia há muito predisse que nos “últimos dias” deste mundo muitos seriam “sem afeição natural” e “ferozes”. (2 Timóteo 3,1-3) O fato de a violência contra a mulher ser tão comum hoje em dia é apenas outro indício de que vivemos no período mencionado nessa profecia. Mas o que se pode fazer para ajudar as mulheres vítimas de violência? Existe esperança de que os agressores mudem de comportamento?
“Bater na mulher é um delito tão grave quanto dar um murro num estranho.” — When Men Batter Women (Quando o Homem Bate na Mulher)
Machismo — um problema global
A palavra “machismo” foi cunhada na América Latina. Ela se refere ao orgulho masculino agressivo e denota uma atitude abusiva contra as mulheres. Mas o machismo não se restringe à América Latina, como indicam os seguintes relatórios.
Egito: Um estudo de três meses conduzido em Alexandria apontou a violência doméstica como a principal causa de lesões corporais em mulheres. Do total de mulheres que dão entrada no centro de traumatologia nos hospitais, 27,9% foram vítimas desse tipo de violência. — Résumé 5 of the Fourth World Conference on Women (Resumo 5 da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres).
Tailândia: No maior subúrbio de Bangcoc, 50% das mulheres casadas são espancadas com frequência. — Pacific Institute for Women’s Health (Instituto da Saúde da Mulher, do Pacífico).
Hong Kong: “O número de mulheres que dizem ter apanhado de seu companheiro aumentou mais de 40% no último ano.” — South China Morning Post, 21 de julho de 2000.
Japão: O total de mulheres que procuram abrigo em entidades aumentou de 4.843, em 1995, para 6.340 em 1998. “Cerca de um terço disse que procurava abrigo por causa do comportamento violento do marido.” — The Japan Times, 10 de setembro de 2000.
Grã-Bretanha: “A cada seis segundos uma mulher é estuprada, espancada ou esfaqueada no próprio lar em algum lugar na Grã-Bretanha.” De acordo com um relatório da Scotland Yard, “a polícia recebe 1.300 chamadas de vítimas de violência doméstica todo dia — mais de 570.000 por ano. Oitenta e um por cento são de mulheres agredidas pelo homem”. — The Times, 25 de outubro de 2000.
Peru: Setenta por cento dos crimes denunciados envolvem mulheres que foram agredidas pelo marido. — Pacific Institute for Women’s Health.
Rússia: “Em um ano, 14.500 mulheres russas foram assassinadas pelo marido e 56.400 foram gravemente feridas ou ficaram aleijadas em resultado de agressões no próprio lar.”
— The Guardian.
China: “Trata-se de um problema novo que aumenta rapidamente sobretudo em áreas urbanas”, diz a professora Chen Yiyun, diretora do Centro da Família de Jinglun. “A pressão dos vizinhos não mais coíbe a violência doméstica.” — The Guardian.
Nicarágua: “Aumentam os casos de violência contra a mulher. Segundo certa pesquisa, só no ano passado 52% das mulheres nicaragüenses sofreram alguma forma de violência doméstica por parte do marido ou do parceiro.” — BBC News.
Indicadores de risco
Um estudo conduzido por Richard J. Gelles, da Universidade de Rhode Island, EUA, alistou os seguintes indicadores de risco de abusos físicos e emocionais no ambiente doméstico:
1. O agressor tem antecedentes de violência doméstica.
2. Está desempregado.
3. Usa drogas pelo menos uma vez por ano.
4. Viu o pai bater na mãe em casa.
5. O casal não tem a união legalizada.
6. Caso esteja empregado, não é bem-remunerado.
7. Não concluiu o curso médio.
8. Tem entre 18 e 30 anos de idade.
9. O homem ou a mulher, ou ambos, agridem os filhos em casa.
10. Renda abaixo da linha de pobreza.
11. Homem e mulher têm formação cultural diferente.

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