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domingo, 4 de setembro de 2016

A Igreja Catolica é Universal ou Romana?

A Igreja católica não é uma instiuição Italiana. Não está em solo Italiano, Alemão, Brasileiro, apenas… Ao contrário, ela é UNIVERSAL. Isso é o significado da Palavra Católica, que tem origem no Grego: Katholikos. E o que queremos dizer com o termo Universal? Simplesmente; aquilo que é universal é pertinente a todos. Não é para gregos ou judeus apenas; apenas homens ou apenas mulheres, branco ou preto; rico ou pobre. Mas a todo o universo de pessoas as quais à ela quiserem unir-se e, sob sua guia, seguirem a Cristo Jesus.
É preciso, portanto, conhecermos um pouquinho mais de história pars aprendermos porque foi adicionado o adjetivo ROMANA ao seu nome.
Conto-lhes em brevidade:
Havia UMA Igreja Apostólica que surgiu no ano 33 dC. Havia um Pastor Chefe: O Apóstolo Pedro. A Igreja cresceu, primeiro na Terra Santa, depois espalhou-se pelo IMPÉRIO ROMANO. O Império Romano, por sua vez, era dividido em QUATRO tetrarquias.
A capital mais importante e influente da Tetrarquia do Império chamava-se ROMA. Havia, contudo, uma capital chamada CONSTANTINOPLA. Segunda mais importante dentro Império.
O Imperio Romano sucumbiu e as Tetrarquias separam-se. Já não eram parte do mesmo império. A Igreja em Roma, irmã da Igreja em Constantinopla, era idêntica em questões de doutrina e quase idêntica em importância hierárquica à de Constantinopla. Eram a MESMA Igreja em duas cidades diferentes, dentro do mesmo império. Com a queda das Tetrarquias, já não estavam mais sob a mesma jurisdição. Uma não era subordinada à outra e, embora, acreditassem no mesmo credo; passaram a ser autônomas. Para diferenciar uma da outra, a que estava em Roma, chamavam-na da Igreja Católica de Roma.
A que ficou fora de Roma, é a Igreja Católica do Oriente; é aquela da qual mais tarde surgiram as Igrejas Ortodoxas. Reconhecidas até hoje pela IGREJA CATÓLICA como também Apostólicas! Somos Igrejas Irmãs, ambas Apostólicas. Os bispos ortodoxos são legitimamente ordenados por sucessão apostólica, tal e qual aos bispos Católicos.
Contudo, há uma diferença IMPORTANTE: Pedro, a quem o ofício de Bispo Chefe foi entregue por Cristo, era bispo em ROMA, morreu lá, crucificado de cabeça para baixo – a seu pedido, pois não queria ser crucificado como Cristo, pois dizia-se indigno de tal coisa – e os bispos que o Sucederam são legitimamente Petrinos.
A Igreja em Constantinopla não quis submeter-se à autoridade de Roma, mas não se desviou dela em questões doutrinárias. Mas o resultado disso é que ela mesmo dividiu-se em muitas outras igrejas, como sempre acontece com aqueles que se afastam da Verdadeira Mãe Igreja.
A Católica Romana, por sua vez, continuou UNA e expandiu ao mundo. Existe em toda parte do Globo. É a maior, a única a Verdadeira Igreja de Cristo, porque Pedro, a quem o próprio Cristo ordenou o apascentar Suas ovelhas, nela permaneceu até a Morte.
E onde está Pedro, ai está a Igreja e nela está Cristo.
Amém.
Pax Domini

Fonte Eletrônica;
https://igrejamilitante.wordpress.com/

ESTUDO BÍBLICO - Depois do Dilúvio Lição 3 Parte 2

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O Grande Dilúvio

Depois do Dilúvio – O Pecado de Cam

Infelizmente, a história humana depois do dilúvio mais uma vez, continua como antes. Como Adão (cujo nome em hebraico significa literalmente “terra” ou “solo”) que recebeu um jardim para cultivar. Noé plantou uma vinha e tornou-se agricultor (cf. Gn 2:. 1; 7:11). E do mesmo modo como o fruto proibido causou a queda de Adão, o fruto da videira – as vinhas que produzem o vinho – provocou a queda de Noé. Como a queda de Adão, a de Noé também expõe o seu pecado e sua nudez (Gn. 3, 6-7; 9,21), o que resulta em uma maldição (cf. Gn 3, 14-19).
Mas e quanto a história de Cam, que exibe a nudez de seu pai? (cfr. Gn 9, 22). Em hebraico, a frase usada nesta passagem é uma figura linguagem para falar sobre incesto. Em algumas partes da Bíblia a expressão “descobrirás a nudez” de alguém, indica o ato sexual (Lv 20, 17; 18, 6-18). Descobrir a nudez de seu pai, significa que ele cometeu incesto com sua mãe. Em outras palavras, aproveitando-se da embriaguez de Noé, Cam dormiu com sua mãe quando seu pai estava embriagado, dormindo. Pode ser que isto esteja ligado a uma tentativa de remover o poder de seu pai, porque este ato é conhecido na Bíblia como uma ofensa a quem está no comando (cf. Gen 29:32; 35:22; 49: 3-4 .; 2 Samuel 16: 21-22).
A este respeito, é de notável que Noé amaldiçoa não a Ham, mas Canaã, filho de seu filho. Será que Canaã foi um filho nascido de incesto? Esta pode ser mais uma pista para compreendermos o que aconteceu. Pois a Bíblia nos diz que Canaã foi o patriarca fundador de uma nação cuja cultura a abominável prática do incesto era comum (cf. Lv 18, 6-18; Ex. 23, 23-24). Canaã é o fruto do mal (resultado), do pecado de Noé. Mas, tal e qual a Adão, que gerou tanto a Cain, que matou seu irmão, quanto a Set, o Justo. Noé também tem um boa semente: seu filho mais velho Sem, que tentou “cobrir” a nudez de seu pai (cfr. Gn 9,23).
Enquanto amaldiçoa a Canaã, sua descendência ruim, Noé abençoa a Sem: “Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem, e Canaã seja seu escravo “(cfr. Gn 9,26).
Também é relevante aqui o fato de que o único outro episódio de embriaguez em Gênesis é ligado ao incesto e ao nascimento das nações imorais e hostis do povo de Deus: As filhas de Lot, que embriagam ao seu pai e geraram filhos de incesto, que por sua vez dão origem aos Moabitas e aos amonitas (Gn 19, 30-38).
Assim, a história em Gênesis, que narra o conflito entre as duas progênias de Noé, a boa e
a ruim. Os descendentes de Cam se tornam inimigos do povo de Deus: Egito, Canaã, Philistia, Assíria e da Babilônia (Gn 10, 6, 10-11, 14).
Forjar um nome
Desta má ascendência, procedem as nações que tentaram construir a Torre de Babel “para fazerem-se famosas [e construirem um nome  “shem” para si, com o sentido de renome] “(Gn 11, 1-9). Em outras palavras, eles queriam estabelecer uma espécie de anti-reino contra o nome de Deus. Genesis é uma conexão entre o nome (Shem) e relacionamento pessoal com Deus. Grande pecadores de Gênesis, começando com Adão e Eva, que são seduzidos pela promessa de Satanás de tornarem-se “como deuses”, sempre querendo fazerem-se protagonistas (“nome”), serem exaltados e viver como se não precisassem de Deus.
Cain é um exemplo disso. Quando ele constrói uma cidade, o que faz? Coloca-a o nome de seu filho, Enos (Gn 4,17). O que queriam ao fazerem-se construtores da Torre de Babel era glorificar o próprio nome e suas obras.
Os justo de Gênesis não procurar exaltar seu nome, mas regozijam-se nas bênçãos de Deus, invocam “o nome de Deus.” Enquanto Cain glorifica seu próprio nome, seu irmão Set, o justo, santifica o nome do Senhor, buscando sua bênção (cfr. Gn 4, 26). Isto é seguido pelos justos Abraão (cf. Gn 12, 8; 13, 4; 21,33) e Isaac (26,25). Está implícito na bênção de Sem por Noé (9,26). Neste último exemplo, é surpreendente que pela primeira vez na Bíblia Deus é identificado por seu relacionamento pessoal com uma pessoa: Javá é o “Deus de Sem”.
Vemos esse mesmo padrão no próximo capítulo do Gênesis, quando Deus promete engrandecer o nome de Abraão. Então, Deus refere-se a si mesmo como “o Deus de Abraão” (cfr. Gn 26,24; Mt 22,32; Atos 7, 3).
Em todo o Antigo Testamento, veremos o justo louvar o nome do Senhor e buscar Nele bênção e ajuda (cf. Dt 28,10, Salmo 124, 8 .; 129, 8; Pv 18,10; Joel 2,23; Mi 4: 5; Sof 3,12). O novo Testamento também diz que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10,13; Atos 2,21; 4,12).
Nosso Pai Abraão – Hebreus e Semitas
A boa progênia da humanidade, a ascendência dos justos, descendentes de Sem, vem o primeiro dos grandes patriarcas, “Abrão (mais tarde Abraão), o hebreu” (Gn 14,13). É a primeira vez que a palavra “hebreu” aparece na Bíblia e está ligada com o nome de Eber, bisneto de Sem (Gen 10,21). Por isso se chama o povo escolhido de “hebreus”. Os descendentes de Abraão são também chamados de “semitas”. Deste nome deriva a palavra para designar aqueles que odeiam os judeus, “anti-semita” ou seja,  alguém que é contra os descendentes de Sem, o Justo.
Com a história de Abraão, começamos uma nova era na História da Salvação. Os capítulos 12 ao 50 de Gênesis contam a história dos “patriarcas”, os fundadores do povo escolhido. Nos capítulos 12 ao 25 leremos a história de Abraão e seus dois filhos, Ismael e Isaac. De Gênesis 25 ao 36 ouviremos a história de Isaac e seus dois filhos, Esaú e Jacó.  O livro conclui, nos capítulos 37 ao 50, com a história dos doze filhos de Jacob, fundadores das tribos de Israel e, especialmente, o filho favorito, Joseph.
Para simplificar, vamos nos referir a Abraão e não “Abrão”, seu nome original. Deus mudou seu nome em Gênesis 17, 5. Deus fez uma aliança com Abraão, e que a aliança vai dar um outro sentido à história humanidade, dando-lhe uma nova oportunidade e uma nova direção. A aliança com Abraão consiste em três partes e começa com três promessas:
1. fazer de Abraão uma grande nação (Gn 12, 1);  2. engrandecer seu nome (12: 2);  3. fazê-lo fonte de bênçãos para todas as raças (12: 3).
Então, Deus eleva a três promessas à alianças divinas. Não se trata apenas de uma promessa de fazer de Abraão uma grande nação, mas de uma aliança com seus descendentes, resgatando-os da opressão em um país estrangeiro e dando-lhes uma terra (Gn 15, 7-21). Ou então, não apenas engrandecer o seu nome, mas fazer de Abraão “pai de muitas nações” e uma dinastia real (Gênesis 17, 1-21). Deus transforma e torna mais importante sua terceira promessa, jurando que os descendentes de Abraão serão “tão numerosos como as estrelas do céu e a areia do mar” (Gen.22, 16-18).
Por meio destes três juramentos Deus faz um esboço do futuro da História da Salvação. Abraão fez-se de fato uma grande nação no Êxodo, quando, por meio da aliança de Deus Moisés leva os descendentes de Abraão para a terra prometida a seu ancestral (Gn 46, 3-4). Vamos ler isto na próxima lição, quando vemos os outros livros do Pentateuco.
O segundo juramento é cumprido quando Davi é feito rei, e lhe é prometido ‘um grande nome’ (cfr 2. Sam 7, 9), e um trono que durará para sempre (cf. Sl 89, 3-4; 132, 11-12.). Todas estas alianças nos levarão a Jesus. Sua Nova Aliança carrega a promessa de Deus de fazer que os filhos de Abraão sejam fonte de bênção para todas as nações. É por isso que desde a primeira linha do Novo Testamento, encontramos as palavras “Jesus Cristo … filho de Abraão “(Mt 1: 1).
Sacerdote do Altíssimo
Há mais três cenas da vida dramática de Abraão que precisamos ver porque fazem referência ao Novo Testamento. A primeira é Melquisedeque, o Rei misterioso de Salem, que aparece após a batalha em que Abraão derrota os reis guerreiros para libertar seu sobrinho Lot (Gen 14). Note-se que ele aparece do nada, sua genealogia não é dada, e sua cidade “Salem” é desconhecida antes esta aparição. E será conhecido mais adiante que Salem é uma forma abreviada do nome de Jerusalém (Sl 76, 2).
Melquisedeque oferece pão e vinho, e abençoa Abraão. Os Padres da Igreja viram nisso uma pre-figura da Eucaristia. Há uma referência a esta identificação na primeira forma de oração Eucaristica, que fala de “pão e vinho oferecidos pelo seu sacerdote Melquisedeque” (cfr. CIC n.1333). A Bíblia vê Melquisedeque como uma figura do filho de Davi, que é “sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque “(cf. Sl 110, 4). Ele também é visto no Novo Testamento como uma figura de Jesus sumo sacerdote real e eterno (Hb 7).
“Aliança em sua carne”
A circuncisão é o sinal do juramento da aliança de Deus, fazendo dos descendentes de Abraão uma dinastia real. “Esta minha aliaça, gravada em vossa carne  é uma aliança perpétua” (Gênesis 17, 1-14). Jesus foi circuncidado para mostrar que na sua carne, ele é um membro do povo da Aliança (cfr. Lc 2:21). Mas a circuncisão também é um sinal físico que sinaliza em direção ao batismo, o sinal espiritual e sacramento pelo qual entramos na Nova Aliança, a família real de Deus. Com os profetas, a imagem “circuncisão do coração” significa a dedicação de todo o ser a Deus (Cf. Dt 10,16; Jer. 4: 4; Rm 2: 25-29; 1 Cor 7, 18-19). O profeta Jeremias disse que a lei da Nova Aliança seria escrita no coração (cf. Jer. 31, 31-34). Isso acontece com o batismo que é a “A circuncisão de Cristo” (Col 2,11) a verdadeira circuncisão (Fp 3: 3).
Fonte Eletrônica;
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/08/29/estudo-biblico-depois-do-diluvio-licao-3-parte-ii/

CURSO BÍBLICO - Lição 3

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Vimos até agora as nuances do princípio da História da Criação. Como Deus criou a humanidade para que fôssemos a Sua família e como, por medo, Adão falhou em sua obediência a Deus. O Dr S. Hahn prossegue aprofundando-nos um pouco mais no conhecimento das principais figuras ou personagens da História de nossa Salvação, mas antes disso uma pergunta se nos apresenta: e a Eva?

Eva e a Fruta

Temos falado de Adão, e talvez alguns já tenham se perguntado: mas isso não se trata de Eva? Na verdade, a serpente se dirige  primeiramente à “mulher”. A palavra “mulher” aparece 4 vezes em 6 versículos, enquanto o homem não é mencionado, senão por último. E então nada mais diz, “deu também ao marido que estava com ela “(Gn 2: 6).
Gênesis parece querer-nos a pensar que a culpa tenha sido das mulheres. Afinal ela fez este negócio a cobra e tomou o fruto proibido. O homem não comeu nada, mas apenas o que a mulher lhe deu. Mas é assim mesmo? Por que então São Paulo e da tradição da Igreja se referem a esse relato como o pecado de Adão? (Cf. Romanos 5: 12-14, 1 Cor. 15: 22,45)?
Primeiro vamos enfatizar o que  é dito no final da história: Adão estava com ela o tempo todo (Cf. Gn 3: 6). Na verdade, em hebraico, a serpente diz “vós” e não “tu”. Portanto, se Adão estava em meio a tudo isso, por que ele não falou antes? Por que não respondeu nada. Este é o ponto. Por medo, Adão não diria nada, deixando sua esposa entregue à própria sorte. Ele era “seu marido”, como o texto insiste. Os maridos têm que defender suas esposas, até morrerem por elas. Assim diz a Bíblia a respeito do amor conjugal (cfr. Ef. 5:25). Pois bem, esclarecido isso, continuamos com o entendimento de tudo o que se segue a partir do pecado de Adão. 

 A Leste do Éden, Antes do Dilúvio

Caim, o  Mal

Na última lição, deixamos nossa primeira família, Adão e Eva, fora do Paraíso, exilados por seu pecado e desobediência, por não viverem de acordo com as exigências da aliança com Deus. Os capítulos que se seguem (cf. Gen 4-5) mostram os “frutos” do pecado original de Adão e Eva: vemos que a descendência humana agora tem misturada a si o bem e o mal. A tensão entre os dois progênies, prevista por Deus no Jardim (cfr. Gn 3:15) determina muito do que se segue em Genesis, especialmente nos primeiros 11 capítulos.
Os “primeiros frutos” de Adão e Eva, Caim, seu filho, nascido da semente ruim; seu irmão mais novo, Abel, da semente boa. Caim mata Abel e se faz o primeiro homicida do mundo. Como Adão e Eva, primeiros filhos de Deus, rejeitam a paternidade de Deus, sua descendência ruim também rejeita a família do homem que Deus quis criar. Isto é simbolizado nas palavras cruéis e rancorosas de Caim a Deus: “Acaso eu sou o guardião do meu irmão?” (Gn 4: 9). O mal de Caim cresce, e um de seus descendentes (Lameque) torna-se o primeiro homem a tomar para si duas esposas, uma perversão da ordem do matrimônio estabelecido por Deus no Jardim (cf. Gn 2: 21-24.), E se orgulha de suas ações criminosas e vingativas (cf. Gn 4: 23-24.).

Set, o Justo

Depois de Caim, Adão e Eva procriam uma boa descendência, Set. Os filhos de Enos, um descendente de Set, são os primeiros a desenvolver um relacionamento com Deus que é pessoal e de oração. Genesis diz que  invocam a Deus “pelo nome” (cfr. Gn 4:26). A palavra “nome” em hebraico é Shem. Este é um fato que se tornará importante mais tarde nesta lição.  Os capítulos 4 e 5 de Gênesis nos dá a história de maus e bons descendência de Adão. Lemos sobre os filhos de Caim (Gn. 4: 17-24) e sobre os filhos de Set (cf. Gen 5. 1-32). Do primeiro , o Mal, procedem os “filhos e filhas do homem” do segundo, o Justo, os “filhos do Céu” (Gn 6: 2). Mas o pecado contamina até mesmo os justos. Os filhos de Set, atraídos pela beleza das filhas de Caim, casam-se com elas. Pior ainda, eles seguem o mau exemplo de Lameque e tomam para si mais de uma esposa. “Quantas quisessem” (Gn 6: 1-4). Dos filhos de Set que se uniram com as filhas de Caim, nasceram homens violentos e maus “do famosos heróis dos tempos antigos “(cf. Gn 6: 4), de que nos diz outra parte das Escrituras, “orgulhosos gigantes … hábeis na arte da guerra” (cf. Sb. 14: 6; Bar 3: 26-27).
Finalmente, Deus, Se enche de “tristeza” e “arrependimento” por ver “como se corrompeu a terra … pois todos os homens seguiram os caminhos do mal “(Gn 6: 5, 7, 12). Lembre-se: Deus não pode arrepender-se ou mudar de idéia, como os seres humanos, portanto, isso é apenas uma expressão literária para indicar a extensão da depravação que as coisas haviam alcançado (Nm 23:19; Malaquias 3: 6).

Salvos pela água

No dilúvio, Deus devasta os descendentes de Caim completamente, afogando-os. Os descendentes de Set continuam por meio de Noé, que “caminhou com Deus” e “o Senhor o olhou com bons olhos” (Gn 5: 27-29; 6: 9-10). A história do dilúvio (cap. 7-9) é narrada como uma nova criação, com muitas referências óbvias e subtis a Gêneses 1. No contexto de todo o livro, a história do dilúvio nos mostra Deus dando ao mundo um novo começo, iniciando sua Família novamente com a ascendência de Set.
Noé é como um novo Adão. E como Adão, ele recebe a autoridade sobre os animais (cfr. Gn
1:26 e 9: 2-3). Deus diz-lhe o que Ele tinha ordenado a Adão, “tende muitos filhos e enchei a terra” (Cf. Gn 1:28; 9 :. 1). No final, como fez com Adão, Deus faz uma aliança com Noé, e por meio, dele com todos os seres vivos (cf. Gn 2: 1-2; 9:13.). Com esta aliança com Noé, Deus renova sua aliança com a criação. O arco iris (sete cores) é como o Shabath (sábado), como um símbolo de comunhão de Deus com o seu trabalho. Eis aqui a segunda das grandes alianças que formam o “princípio estrutural” da Bíblia.

Lembre-se do que foi dito na primeira lição: a Bíblia é organizada de acordo com uma série de alianças que fazem famílias. Com cada aliança, Deus revela um pouco mais do mistério do Seu amor. Na aliança com Noé, a família de Deus é como uma família nuclear (de núcleo): Noé, sua esposa e filhos. Ao se adicionar as crianças, temos ido além do modelo do casal que Ele revelou na criação de alianças. Há outra coisa importante a lembrar sobre as alianças da Bíblia, cada uma delas nos aproxima da Nova e Eterna aliança com Jesus. A aliança simbolizada por Adão e Eva mostra-nos o mistério da ligação de amor entre Cristo e sua Igreja, que será uma união como o casamento (cf. Ef. 5: 21-33). A aliança com Noé nos conduz ao mistério do sacramento do batismo pelo qual nos tornamos, como Jesus e Noé, amados filhos e filhas de Deus, nos quais Ele deleita-Se (Gn 6: 4-8; Mt 3:17). O batismo que Jesus traz destrói o pecado, como o dilúvio no tempo de Noé, e inclui o dom do Espírito Santo  que aparece na forma de uma pomba (Gen 8: 8-12; Mt 3:16). Como São Pedro nos diz, o dilúvio foi uma pré-figura do batismo. Tanto no dilúvio quanto no Batismo, a raça humana é “salva através da água” (1 Pedro 3: 20-21; CIC 701, 1219).
Na próxima semana veremos, com a ajuda de Deus, a continuação do que se passa depois do dilúvio.
In Christus.
Fonte Eletrônica;
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/08/22/curso-biblico-licao-3/

CURSO BÍBLICO - Lição 2 Parte final

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Leia as lições anteriores publicadas AQUI.
Como visto na semana passada, a lição 2 concentra-se na criação do homem, a jóia da coroa da criação de Deus. Nesta semana finalizamos a lição 2 mas nos ateremos, na lição 3, justamente no estudo de alguns do personagens chaves da História da Salvação. Juntos, caminhamos ao entendimento cada vez mais profundo das ações de Deus, através do séculos, para salvar a humanidade, a jóia da criação.

Ameaças de morte

Mas antes de irmos de Adão a Jesus, vamos estudar o significado da história. Deus disse a Adão e Eva que não comessem do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, ou morreriam (Gn 2,17). Em hebraico há uma ameaça dupla de morte, com uma repetição. “Você vai morrer morrendo “ou” morrer a morte”. Por que a repetição da palavra “morrer”?  É possível morrer mais de uma vez?
A serpente contradiz diretamente a Deus. Ela diz a Adão e Eva: “Certamente não morrereis” (Cfr. Gn 3,4). Ela também diz: “Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, abrir-se-vos-á os olhos; então sereis como Deus e sabereis o que é bom e o que não é” (cf. Gn 3: 5). E é a verdade, eles não morreriam. Na verdade teriam os olhos abertos, assim como a serpente disse (Gen.3, 7). Até mesmo Deus diz: “Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente “(cfr. Gn 3,22).
Teria razão a Serpente? Teria Deus mentido? Certamente assim o parece. Parece, mas não é. Adão e Eva morrem espiritualmente quando comem o fruto proibido. A verdade da mentira de Satanás foi que Adão e Eva não morreriam corporalmente ao comerem o fruto da árvore. Adão e Eva perderam algo maior do que a vida de seu corpo físico. Eles perderam a vida sobrenatural, a vida da graça em suas almas.
Seduzidos a serem como deuses, “morreram a morte”. Sim, eles escolheram livremente, como Deus, eles exerceram o livre arbítrio. Mas a sua liberdade só os levou à escravidão. Seus olhos se arregalaram, e descobriram a sua nudez e sentiram vergonha. Sabemos que Satanás tem o “poder da morte” (cf. Heb. 2,14-15). Adão e Eva tivessem ouviu a Deus, cujo aviso soa como as palavras de Jesus: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo “(Mt 10,28).

A segunda vinda de Adão e Eva

Mas, mesmo quando seus filhos foram exilados do paraíso por causa do pecado, Deus promete a redenção, uma volta à casa.
Ele promete que sempre na história da humanidade haverá “inimizade” entre a serpente-Satanás e mulher, “a mãe de todos os viventes”, e entre seus descendentes (Gn 3, 15,20). Os primeiros Padres da Igreja chamaram isso de o “primeiro evangelho” (proto-evangelho). Deus estava prometendo, aqui nas primeiras páginas da Bíblia, um novo Adão e Nova Eva para desfazer o dano que tinham feito os primeiros.
Paulo chama Jesus de o “último Adão” ou o Novo Adão (cf. 1 Cor. 15, 21-22, 45-49). E a tradição da Igreja sempre viu Maria como a “Nova Eva” (cfr. CIC 410-411). Assim como Adão chamou à Eva “mulher”, Jesus chama à Maria “mulher” (cf. Gn 2,23 Jo. 2: 4). Em contraste, com Eva desobedeceram-se as ordens de Deus, Maria se entrega livremente à vontade de Deus e diz: “Fazei o que Ele vos diz ” (cf. Lc 1,38; Jo. 2: 5). Finalmente, como Eva era “a mãe de todos os viventes,” Jesus entrega sua mãe ao povo de Deus (cfr. Gn 3,20 e Jo 19,26). Jesus entra no mundo como o novo Adão, Ele que faz o que Adão não tinha feito. Ele vem, não para fazer a sua própria vontade, mas a do Pai que o enviou. Ele vem para servir e oferecer sua vida por muitos (cf. Mc 10,45 ;. Jo 15,13).
Jesus entra em um jardim e experimenta as ‘maldições’ de Adão, como o medo da morte, caindo ao chão e suando sangue no seu rosto, em agonia (cf. Gen 3,17-19; Mateus 26,36-46; Lucas 22,44). Ele foi coroado com espinhos e despojado de suas vestes, desnudado (cf. Mt 27, 29.31). E tomaram-no à uma árvore, a cruz, que a Igreja primitiva entendia como um símbolo da Árvore da Vida no Jardim (cf. Atos 5,30 ;. Gal 3,13; 1 Pe 2,24). No entanto, na Cruz, foi obediente a Deus, dizendo: “Não a minha vontade, mas a Vossa”(cfr. Mt 26,39). “Não se apegou à sua igualdade com Deus” (Fp 2: 5-11), algo que Adão queria, ser como deus, mas deu sua própria vida em sacrifício por um jardim, o mundo, e sua esposa a Igreja.
A esposa de Adão foi criada de sua costela, enquanto ele dormia. A Igreja, a noiva de Cristo, nasceu de sua costela também, o lado atravessado pela lança do soldado enquanto ele dormia a morte. De seu lado jorrou sangue e água, símbolos do Batismo e da Eucaristia (cf. Gn. 2, 21-22; Jo 19,34; CIC 766, 1067). Finalmente, Jesus ressuscitado aparece no jardim (perto de onde ele fora crucificado), uma mulher o confunde com um jardineiro, talvez numa referência a Adão e seu ofício (cf. Jo 19,41; 20, 14-18.). Tudo isso Deus havia prometido no “primeiro evangelho”. Mas ainda temos um longo caminho antes da vinda de Jesus. Na próxima lição, vamos reiniciar a história de onde havíamos parado, no Jardim.
Perguntas para estudo:
1. O que significa dizer que homem e mulher são feitos por Deus “à sua imagem e semelhança?
2 Por que podemos dizer que Adão é  ambos primogênito e sacerdote?
3 O que significa dizer que Gênesis 3 nos fala em “linguagem figurada?
4. O que quer dizer nahash em hebraico?
5. Qual foi o pecado de Adão?
6. Dê três exemplos de como Jesus, no Novo Testamento, é apresentado como o novo Adão.
Como três exemplos da Virgem Maria como a nova Eva.
Para sugerida rezar e refletir:
As leituras da Missa do primeiro domingo da Quaresma (Ciclo A): Gn 2, 7-9; 3, 1-7; Salmo 51, 3- 6, 12-14, 17; Rm 5,12-19; Mt 4, 1-11

Fonte Eletrônica;
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/08/14/estudo-biblico-licao-2-parte-final/

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Pecado Mortal

Afinal de contas, não estará "ultrapassado" falar de pecado mortal?
Os que se fazem essa pergunta, presente na boca de não pouca gente, supõem — quase sempre sem o saber — que também está "ultrapassado" falar de vida eterna, do destino perpétuo que nos aguarda para além do sepulcro. Com efeito, quando a Igreja ensina a seus filhos a gravidade dos pecados mortais, ela não está referindo-se à morte natural do corpo, mas antes a algo muitíssimo pior e decisivo, ou seja: à morte eterna da alma. No entanto, para bem entendermos este problema, convém fazer algumas precisões iniciais.
O homem, como nos ensina a filosofia, é um ser composto de corpo e de alma, dois elementos que, embora distintos, se associam intimamente para constituir "uma única natureza e uma só pessoa" [1]. Desta união provém para o homem uma vida meramente natural, isto é, que se dá no plano biológico, orgânico e psicológico. Unido à alma, o corpo cresce, alimenta-se, desenvolve-se, desloca-se de cá para lá, exerce enfim as funções que lhe são características; a alma, por sua vez, dá forma ao corpo a que está unida: por meio dele, ela recebe do mundo exterior as sensações, impressões e imagens de que se servirá para a sua atividade intelectual.
Mas, por um dom livre e gratuito de Deus, o homem foi destinado a alcançar um fim de ordem superior. No mistério de seus desígnios, o Senhor quis fazê-lo participar de sua vida divina e da comunhão de amor que se respira no seio da Santíssima Trindade. Mas como o homem, só por si, é incapaz de elevar-se acima de suas forças naturais, Deus precisa vir em seu auxílio e comunicar-lhe essa vida sobrenatural por meio do que a teologia convencionou chamar graça santificante. Quem está em estado de graça, com efeito, está na posse de uma vida no sentido forte do termo, "com um organismo semelhante ao da vida natural" [2]: ela vem à luz no Batismo, cresce e fortifica-se na recepção dos demais sacramentos e chega por fim à plena maturidade na glória do Céu.
Ora, assim como a vida natural do corpo está suscetível a doença sérias, capazes de levar-nos à morte física em questão de dias, assim também a vida sobrenatural do homem pode chegar a termo já aqui na terra, se alguma doença letal contaminá-la. E é isto o que se entende por pecado mortal; trata-se de um ato deliberado que, de tão repulsivo ao amor de Deus, extirpa da alma a graça que até então a vivificava. Ao pecar gravemente, o homem sufoca com suas próprias mãos o alento de vida divina que o Senhor, por bondade, lhe confiara, "desvia-se de Deus, que é seu fim último e sua bem-aventurança, preferindo um bem inferior" [3]. É, numa palavra, um voltar as costas para o Céu.
Por isso, mantendo-se fiel às palavras de seu divino Fundador, a Igreja sempre alertou seus filhos para o grande perigo de condenação eterna a que se expõe quem, destruindo a caridade em seu coração, escolhe apartar-se definitivamente de Deus por toda a eternidade. Falar de pecado mortal, portanto, nunca poderá "sair de moda", porque à espera de todos nós está um destino que não passa, uma sentença sem apelação, uma vida sem fim — quer junto, quer longe de Deus.

Referências

  1. Antonio R. Marín, Teología de la Perfección Cristiana. Madrid: BAC, 2012, n. 82, p. 112.
  2. Id., n. 83, p. 113.
  3. Catecismo da Igreja Católica, n. 1855.https://padrepauloricardo.org/blog/nao-esta-ultrapassado-falar-de-pecado-mortal

Estudo Bíblico; Lição 2

A Queda de Adão e Eva
Leia as lições anteriores AQUI
I. Revisão e Visão Geral
Na lição anterior vimos a história de como Deus concluiu a criação do mundo. Por sua palavra, do nada, em seis “dias” que ele praticamente moldou um templo onde Ele habita com toda a criação. No sétimo dia, fez uma aliança com o mundo, interagindo com o sua criação para sempre.
Agora vamos focar na jóia da coroa da criação, a raça humana. Nesta lição, vamos aprender sobre os nossos antepassados, o pais da família humana. Nós já ouvimos essa história mil vezes. Mas desta vez, vamos lê-la como o início da História Salvação, o início da relação entre Deus e da família humana.

I. Homens e Mulheres: A imagem original

Primogênito de Deus

Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, “homem e mulher os criou” (Gn. 1, 26-28). O que significa dizer que Deus criou o homem à Sua imagem divina? Isso significa que a pessoa humana é um filha de Deus. Como sabemos disso? Lembre-se do que dissemos na última lição: ler a Bíblia como católicos é interpretar o Antigo Testamento à luz do Novo Testamento.
Em seguida, vemos o Evangelho de Lucas. Alí, lemos que Adão é “filho de Deus” (Lc 3,38). Vemos também que a frase “imagem e semelhança” trata de descrever o nascimento de Sete, filho Adão (Gn 5, 3.). Na linguagem da Bíblia, nascer à “imagem e semelhança” de alguém significa ser filho daquela pessoa. Então, quando Deus cria o homem à sua imagem e semelhança, cria-no como seu filho. Desde o início, é a intenção divina que os seres humanos sejam seus filhos.

Pai de um Povo Sacerdotal

Adão é criado como o filho primogênito de Deus. Ele também é concebido como um sacerdote. Na última lição, vimos como o mundo foi criado como um Templo, onde o Jardim do Éden é representado como o santuário do templo, o lugar santo onde Deus habita. Agora, é impossível ter um templo sem um sacerdote para protegê-lo, mantê-lo e oferecer sacrifícios. E essa é a tarefa que Deus dá a Adão. É uma tarefa sacerdotal, mas isso requer um pouco de conhecimento de hebraico para reconhecermos isso.
Adão foi colocado no Jardim “para cultivá-lo e mantê-lo” (Gn 2,15). É fácil não perceber o sentido mais importante dessas palavras. No original hebraico, as palavras “Abodah” e “shamar”, são palavras associadas ao serviço ou ofício sacerdotal.
Na verdade, as únicas outras citações na Bíblia em que essas duas palavras são encontradas juntas é no Livro dos Números, que normalmente são traduzidas como “serviço” e “fim” dos levitas, a tribo (ou clã) sacerdotal de Israel (cf. Nm 3, 7-8; 8,26; 18, 5-6.).
Os levitas eram responsáveis pela proteção do santuário e do altar. Foi dado a Adão o dever
de proteger e cuidar do jardim do Éden. Tudo isso será muito importante quando considerarmos a desobediência de Adão e sua queda em desgraça. Adão é descrito, então, como um sacerdote primogênito. Eles também observam o mandato: sede fecundos e multiplicai-vos “(Gn 1,28). Adão é o primogênito e pai do povo de Deus. Dado que é sacerdote, seu povo também receberá esse sacerdócio.
O que encontramos, então, em Genesis é a intenção original de Deus para a raça humana: Ser a família de Deus e ser um povo sacerdotal. Há ecos destes conceitos do Antigo e do Novo Testamento, Israel também serão chamados de primogênito de Deus e um povo sacerdotal.
Com a vinda de Jesus,  Ele será chamado Filho de Deus, o “novo Adão”, “o primeiro de muitos irmãos” e Sumo Sacerdote. A Igreja também será referida como o povo sacerdotal. Vamos ver tudo isso em detalhes em lições futuras neste curso. Mas tudo começa aqui, com Adão, nosso Pai.

III. A queda

Figuras e Enigmas

E, em seguida, como nós, pessoas modernas e sofisticadas, poderemos ler a história da queda de Adão e Eva em Gênesis 3, com seu cenário de fábula ou conto fada, onde a serpente fala e engana o casal de crédulos, árvores com nomes estranhos e o fruto proibido?
O Catecismo da Igreja Católica nos dá bons conselhos sobre o assunto:
“A narrativa da queda (Gn 3) utiliza uma linguagem feita de imagens, mas afirma um acontecimento primordial, um facto que teve lugar no princípio da história do homem (264). A Revelação dá-nos uma certeza de fé de que toda a história humana está marcada pela falta original, livremente cometida pelos nossos primeiros pais (265). “(CIC 390)
O que o Catecismo quer dizer com isso? Em primeiro lugar, a história é escrita em uma “linguagem imagens “, isto é, que é mais poesia do que o jornalismo, mais uma pintura de um documentário. No entanto, a história relata um acontecimento real que ocorreu no início da história humana. Além disso, nesse caso, o “pecado original” de Adão e Eva, marcou a história da nossa raça humana para sempre. Não podemos ler Gênesis 3 como um jornal. Nem ler como mito ou conto de fadas ou uma fábula. Isso é algo que realmente aconteceu.
Os estudiosos nos dizem que Genesis é melhor entendido como um exemplo de um estilo literário. Ele é chamado mashal, que significa “enigma” ou “provérbio” e tem vários níveis de significado. E quando lemos Gênesis 3 cuidadosamente, descobrimos que a história tem muitas partes não tão fáceis de entender, com palavras que têm vários significados; Vida, morte, sábio, árvores (que são muito mais que apenas árvores).

Adão viu a Serpente

Agora vamos rever os personagens. Em primeiro lugar, quem é esta “serpente”?
Estamos acostumados às ilustrações da Bíblia que temos visto desde crianças, com a serpente longa e delgada, enrolada nos galhos de uma macieira. Talvez devêssemos mudar essa imagem mental. A palavra hebraica para “serpente” é nahash; Ela envolve muito mais fatal. No Antigo Testamento a palavra nahash é usada para se referir a poderosas e gigantescas criaturas do mal. Em Isaías chama a Nahash dragão do mar, o grande leviatã (cf. Is. 27: 1). Jó também fala de Nahash como monstros marinhos (JB 26:13). É a mesma imagem do Apocalipse fala de “grande dragão vermelho … conhecida como a Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo … “(cf. Apoc. 12: 3,9).
É claro que a Igreja sempre interpretou a serpente de Gênesis 3 como uma figura de Satanás, o Diabo (cfr. CIC 391-395). Então nós, leitores da história da queda, sabemos de uma coisa que Adão talvez ignorasse; que o encontro com a Serpente era uma prova contra o mal, uma batalha pela alma da humanidade. Mas precisamos saber o que Adão viu. Quando entendi que a cobra era muito mais do que uma “cobrazinha” de jardim, começamos a entender porque Adão falhou em seu dever de “proteger” sua esposa e o Éden (Gn 2:15).

Morrer de medo?

Sejamos francos: Adão estava com medo, medo de morrer. Ele viu a serpente como uma ameaça à sua vida. Sabemos que Adão sabia que estava para morrer. Como sabemos? Porque Deus o advertiu que se comesse do fruto proibido (cfr. Gn 2:17), morreria. Ora, se ele não soubesse o que é a morte, não teria sentido adverti-lo. Adão estava tão assustado que pensei que se fizesse o que lhe pedia a serpente, sofreria e morreria. Esta hipótese pode estar relacionado com uma passagem na Carta aos Hebreus. Ela diz que o Diabo “reina por meio da morte”, e diz que por medo da morte o homem ” vivem como escravos “(Hb 2: 14-15). Isso não significa que Adão tinha nenhuma responsabilidade ou culpa. Ele optou por salvar sua vida, mas acabou perdendo-a. Ele temia mais a morte do que desobedecer ao Pai amoroso, Quem lhe tinha dado o Paraíso. E com isso ele submeteu toda a raça humana escravidão.

IV. Teste de Amor, Réprobos

Sacrifício e egoísmo

O que está se passa no Jardim? Adão falhou em sua prova de amor, não somente a Eva, mas também ao seu Deus.
Deus deu a Adão a responsabilidade de guardar o jardim-santuário, o lugar onde viviam
Deus e o homem. No confronto com a serpente, ele falhou. Ele não protegeu sua esposa ou o jardim, ou a si mesmo. Por que Deus provou-o assim? Precisamente porque o amor da aliança requer um compromisso total. A abnegação é essencial para cumprir as obrigações decorrentes da relação humana com Deus. Lembre-se do que dissemos na última lição: Uma aliança significa que Deus se entrega a seu Povo e seu Povo se rende a Ele. Nas Escrituras, cada aliança exige que as pessoas façam uma oferta simbólica de sua entregar a Deus. Nenhuma aliança existe sem sacrifício. O sacrifício é oferecido pelas pessoas para simbolizar a sua oferta pessoal a Deus. O sacrifício é um sinal de seu compromisso com a aliança, o seu compromisso de entregar a Deus tudo o que temos e somos.
Noé faz o sacrifício de cada um dos animais que estavam na arca. A Abraham é solicitado o sacrifício de seu único filho Isaque. Os israelitas no tempo de Moisés tiveram de sacrificar um cordeiro sem mácula, em vez de seu primogênito. E no tempo de Salomão, filho de Davi, ofereciam sacrifícios todos os dias no templo.
Cada uma destas alianças foram apenas parcialmente bem-sucedida e, finalmente, todos falharam. Por quê? Por falta de amor, falta de abnegação. As pessoas não se rendem completamente. Noé, Abraão e outros fizeram grandes coisas. Mas todo eles também cometeram erros estúpidos. Abraão tomou para si uma concubina. Noé embebedou-se. Moisés se desesperou no deserto. Israel adoraram o bezerro de ouro. Davi cometeu adultério com Betsabé. Seu filho, Salomão, construiu um harém, além do templo. No fracasso de Adão, vemos o início de um padrão de conduta. Na verdade, resultando o enfraquecimento da raça humana, fruto do pecado original, ninguém pode totalmente entregar-se a Deus. Pelo pecado de Adão, a humanidade perdeu sua primogenitura, o seu direito à herança eterna, a sua participação na Família de Deus.
Na próxima semana continuamos com o tema da Queda e falaremos sobre Vinda do segundo Adão e da segunda Eva.
Pax Domini!!



Fonte Eletrônica:
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/08/07/estudo-biblico-continuacao-da-licao-2/

domingo, 7 de agosto de 2016

Curso de Estudo Bíblico - Gênesis a Jesus

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Caros Leitores, mais uma empreitada se inicia no Blog Ecclesia (Ecclesia Militans). Com a ajuda de Deus pretendo traduzir todas as lições do Curso From Genesis to Jesus, do renomado teólogo, ex-pastor Evangélico, Prof. Scott Hahn. Espero que desfrutem da leitura e ajudem-me a divulgar o conteúdo do curso pela Net. Por favor, compartilhem!
Lição Primeira: 

II . Como católicos lêem a Bíblia

A. Revelação Divina: Como Deus fala conosco
B. Três Regras para a interpretação da Bíblia
C.  A Escritura é divina: o conceito de inspiração

. Introdução e Visão Geral do Curso

Ler a Bíblia do começo ao fim – isso não é muito ambicioso? Sim, com razão, é muito ambicioso, especialmente para iniciantes. Contudo, não iremos nos aprofundar no nosso estudo, temos a vida inteira para isso. De qualquer forma, seremos capazes de conhecer algumas ferramentas para começar a lê-la.
Quando terminarmos este curso, continuaremos a compreender “a trama” da Bíblia, e a acompanhar os personagens que aparecem nela e dão sentido à historia. Talvez seja novidade para alguns nós que haja uma “trama”, uma história na Bíblia. Mas assim o é. A Bíblia não é uma mera coleção de livros individuais. Todos os livros da Bíblia, quando em conjunto, tal e qual colocados em ordem pelos Padres da Igreja, sob a inspiração do Espírito Santo, são um único livro. E este livro conta uma história única. Vamos contar essa história e como seguir ao longo dos livros individuais da Bíblia.
Antes de fazermos isso, precisamos dar os princípios católicos básicas para a leitura da Bíblia.

A Escritura é divina: O conceito de inspiração

Como já se deve imaginar, não há outro livro como a Bíblia. A Igreja ensina que Jesus é “verdadeiro Deus e verdadeiro homem,” a Bíblia é verdadeiramente uma obra de autores humanos e ao mesmo tempo, é verdadeiramente  obra de Deus, que é o seu autor divino.
Este é o mistério da “inspiração divina” das Escrituras (cfr. 2 Timóteo 3:16). A palavra “inspirada” em grego significa literalmente “sopro de Deus”. Ela representa uma boa maneira de se pensar na inspiração das Escrituras. Como Deus moldou Adão de lama, da terra e soprou nele o sopro de vida (cf. Gênesis 2: 7), Deus sopra seu Espírito nas palavras do autores humanos da Escritura e faz-lhes a Palavra viva de Deus.
Assim explica a Igreja: autores humanos, tomando as suas competências de literais, idéias e outros talentos escrevendo as páginas da Bíblia. Mas enquanto eles estavam escrevendo, Deus agiu em de modo que o que eles escreveram foi exatamente o que Ele queria escrevessem. (Cfr. Dei Verbum, do Vaticano II, n.11-12; Catecismo da Igreja Católica, n.105-107).
Os autores humanos foram “verdadeiros autores” da Escritura e assim foi Deus. Como Deus é o seu co-autor, e porque Deus não pode errar ou se equivocar, podemos dizer que tudo que lemos na Bíblia é verdadeiro, livre de “erro” e foi colocado lá para a nossa salvação. Isto é o conceito de “infalibilidade” da Bíblia.
Este conceito é muito complicado e não pode ser explicado completamente neste curso. Mas é importante ler sempre a Bíblia respeitando o que ela é. A Bíblia não se destina a ensinar história moderna, ciência, geografia e biografia. Assim, não devemos comparar o que ela diz sobre o criação do mundo, por exemplo, com o que é ensinado em um texto da ciência moderna. Isso não significa que a Bíblia esteja errada. A Bíblia, inteira e integralmente, é verdadeira e sem erro. Não apenas no que ela ensina sobre fé e moral, mas também no que diz sobre os eventos e personagens históricos. Ela nunca nos enganará. No entanto, devemos interpreta-la responsavelmente – devemos entender que estamos dando-nos a entender eventos naturais e históricos sob uma perspectiva religiosa e divina, e muitas vezes pelo uso de uma linguagem simbólica.

A Escritura é humana: A Bíblia como literatura religiosa e histórica

Na prática, a autoria divino-humano da Escritura significa que nós temos que ler a Bíblia de maneira diferente dos outros livros.
Quando lemos a Bíblia, devemos nos lembrar que é a Palavra de Deus pronunciada em idioma humano. É importante entender o “elemento humano” da Escritura. Como veremos, este elemento humano não pode ser separado do elemento divino.
É importante lembrar que a Bíblia é:
Literária: A Bíblia usa formas, recursos, estruturas, figuras literárias, etc. Temos de procurar por pistas “literárias” que nos dão significado.
Antiga: A Bíblia é velha. Não está escrita como literatura moderna. Seu sentido está envolto na maneira pela qual os antigos viam o mundo e a história. Embora estivessem interessados na escrita da história, seus autores não tinham a intenção de produzir o que se chama hoje “história simples.” A história não é apenas uma narrativa política, de economia ou de guerra, mas tem um significado mais profundo.
Religiosa: Hoje as pessoas pensam que a religião nada mais seja que piedade pessoal. Não era assim para os antigos. A palavra “religião” vem do latim “religare”, que significa “ligar juntos ou unir”. Para os antigos tudo -cultura, história, economia, diplomacia – estava ligado à religião. A Bíblia nos dá a história, mas é história religiosa. É a história sob perspectiva de Deus.

III. A História da Salvação: O que a Bíblia nos diz

Na História da Salvação e Alianças Conscientes por este breve resumo do contexto em que a Igreja Católica lê e entende a Bíblia, veremos o “conteúdo” da Bíblia. A primeira coisa a considerar é que a Bíblia nos dá a história a partir da perspectiva de Deus. Isso mostra que ao longo do tempo, Deus trabalhou para nos trazer a salvação. Por isso, dizemos que a Bíblia narra “a história da salvação.”
Esta história da salvação é realizada por alianças que Deus fez com seu povo, as quais podemos ver na Bíblia. O Padre da Igreja, Santo Irineu, reconheceu a necessidade de estudar a história da salvação com base nas alianças. “[…] compreendê-la […] consiste em mostrar por que houve uma série de alianças com a humanidade e ensinar quais são as característica destas alianças” (Contra as Heresias, Livro 1, cap. 10, nº 3).
No mundo antigo, alianças  originavam famílias inteiras. Documentos de tratados antigos entre nações usavam a imagem de pai e filho. Os estrangeiros eram “adotados” por uma tribo (clã) através do juramento de uma aliança. Então, quando estudamos a Bíblia, precisamos perceber como o sentido de “aliança” está impregnado na velha idéia de família na antiguidade.
A Bíblia inteira pode ser esboçada em uma série de alianças que formavam famílias. Este é o ponto de toda a história bíblica, como Deus, por meio dessas alianças, revela-Se mais e mais às suas criaturas e as convida a entrar em um relacionamento familiar com Ele. Paulo resumiu:
“Vou morar e viver entre eles; Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo … Eu serei um pai para vós, e sereis minhas filhas e filhos, diz o Senhor Deus Todo-Poderoso” (cf. 2 Cor. 6: 16-18). Através da história da salvação narrada na Bíblia, Deus estende sua família através da suas alianças. Começa com apenas duas pessoas, Adão e Eva e continua através de Noé, Abraão, Moisés, David, até que todas as nações entrem na aliança, por Jesus Cristo. O plano desde o início era fazer com que todos os homens e mulheres, seus filhos e filhas, por alianças, que  fossem resumidos na Nova Aliança de Jesus, onde Deus nos envia um “Espírito de adoção. Ele nos permite clamar Abba, Pai! (Cf. Romanos 8:. 15; Gl 4, 5; Ef 1: 5).
Fonte Eletrônica:
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/07/16/curso-de-estudo-biblico-de-genesis-a-jesus/

Estudo Bíblico: De Gênesis a Jesus Final da Lição 1

The garden of Eden with the fall of man, by Jan Brueghel de Elder and Peter Paul Rubens

O Velho e o Novo Testamento

Vamos nos antecipar um pouco: O ponto chave para o que temos dito até agora, no início da Lição 1 (postada aqui), é, em resumo, o seguinte: A Bíblia conta a História da Salvação. A História da Salvação é a história da maravilhosa obra de Deus, desde a criação do mundo, a todos os homens e mulheres e seus filhos, fazendo da família da humanidade, a família de Deus. Ele fez isso através de uma série de alianças com figuras-chave, em pontos-chave da Bíblia. Estas parcerias-chave serviram como um esboço de toda a Bíblia. Se sabemos e entendemos isso, teremos um bom entendimento da “trama” da Bíblia. No final deste curso para iniciantes, eles poderão conhecer e compreender as alianças.
Nós só precisamos de um pouco mais informação antes de abrirmos o Livro Sagrado e lê-lo. Precisamos saber por que a Bíblia é dividida em Antigo e Novo Testamento. Muitos cristãos tendem a ignorar o Antigo Testamento porque se passou antes de Jesus. Mas quando entendem que a História da Salvação começou com a criação do mundo, no Velho Testamento, e progrediu através de uma série de alianças, passam a entender porque o Antigo Testamento é tão importante. A divisão da Bíblia para o Antigo e Novo Testamento é muito mais do que uma demarcação literária ou histórica. Lembre-se que “testamento” é apenas uma palavra sinônimo de “aliança”. Tudo o que acontece no Antigo Testamento prepara o palco e anuncia o que vai acontecer no Novo Testamento. Cristo e sua Cruz, são a dobradiça entre o Antigo e o Novo Testamento. Todas as alianças de Deus no Antigo Testamento encontram a sua realização, o seu sentido pleno, em Jesus, em sua “Nova Aliança”.

IV. Começando pelo começo: uma introdução à Genesis e à História da Criação

Agora estamos prontos para começar a ler a Bíblia. Vamos começar do início com o Gênesis. A melhor maneira de começar é lendo Gênesis, capítulo um agora. Assim estaremos preparados para o que se segue. Muitas vezes as pessoas lêem a história da criação pensando sobre o “conflito” entre religião e ciência. No entanto, a leitura de Gênesis dessa forma implicaria impor a perspectiva da nossa situação histórica ao texto, e perder as pistas literárias que revelam o sentido “religioso” que História tinha para a antiga Israel, e o sentido religioso que Deus queria comunicar agora no século 21.
Gênesis 1, 2 nos diz que no princípio a terra era  “sem forma e vazia”. O intuito aqui é mostrar que Deus fez o mundo, primeiro moldando-o e depois preenchendo-o. Nos três primeiros dias, Deus criou a “forma” ou “âmbitos” da Terra: dia e noite;  céu e mar;  solo e plantas. Nos dias 4-6, Deus “enche” esses reinos  com “orientadores” ou “regentes”: o sol, a lua e as estrelas (que iriam governar o dia e a noite, Gênesis 1, 14-19); aves e peixes que enchem o céu e mares; e homens e animais no chão. Há uma perfeita ordem em tudo isso. Primeiro Deus cria a “estrutura” do mundo, então a preenche com os seres vivos. É como fazer uma casa e nela colocar seus habitantes. E cada um dos dias também estão em concordância com este plano: No primeiro dia, Deus criou o dia e a noite. No quarto dia, cria aqueles que irão “governar” os reinos do dia e noite: o sol, a lua e as estrelas. No segundo dia, faz o céu e o mar. No quinto dia, o céu e o mar são dadas à aqueles que vão para governá-los: peixes e aves. No terceiro, terra e vegetação são criados. No sexto dia, os animais e os primeiros seres humanos e recebem domínio para reger a terra. Após cada dia da criação, Deus vê que sua Obra é “Boa”. Depois de seis dias trabalho Deus vê o seu trabalho e diz que ele é “muito bom”. A palavra “muito” marca o fim do ciclo criação porque Deus termina de criar os reinos e aqueles que irão governá-los.

A Palavra e o sábado

Notemos outra coisa ao ler esses primeiros versículos da Bíblia. Como é que Deus cria? Pronunciando Sua palavra.  Ele diz: “Faça-se …” e as coisas se fazem. Sabemos, através da leitura do Antigo Testamento à luz do Novo, que a Palavra de Deus, pela qual Ele criou o mundo é Jesus (cfr. Jo 1, 1-3; Col 1: 16-17). Algo para se lembrar, não só na leitura da Bíblia, mas também na Missa, é que a palavra Deus é eficaz, ela faz coisas. Sua Palavra faz o que diz. Quando Deus diz: “Faça-se luz”, sua Palavra cria a luz, realmente. A Palavra de Deus realiza o que Ele diz. Esse mesmo poder da Palavra de Deus trabalha nos sacramentos da Igreja.
Quando o sacerdote repete as palavras de Jesus: “Este é o meu Corpo”, o pão torna-se o Corpo de Cristo. Quando o sacerdote diz as palavras de Jesus: “Eu te absolvo” ou “eu te batizo”, essa Palavra cria a realidade da qual se fala. O poder criador da Palavra de Deus é uma das coisas mais importantes a se aprender a partir deste primeiros versículos do Gênesis. É interessante notar que pode haver uma sugestão da doutrina da Santa Trinidade nestes primeiros versos.
Há três atores Divinos: Deus, Sua Palavra e do Espírito (“Pneuma Theos”) que pairam sobre a superfície das águas (Gen 1, 2).  É também digno de se notar que Deus fala de Si mesmo na segunda pessoa do plural: Façamos (nós) o homem à NOSSA imagem e semelhança” (Gn 1, 26-27).  Por que não dizer, “Faço o homem à minha imagem?” Não sabemos como responder à essa pergunta. Os Santos e estudiosos têm refletido sobre isso há séculos. Menciono aqui porque trata-se de uma pista daquilo que Jesus revelou mais tarde: que Deus é três Pessoas divinas em um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo (Mateus 28:19).
No sétimo dia, Deus descansa e abençoa sua criação. É o segundo capítulo do Gênesis (cfr. Gn 2, 2-3). Deus não está cansado. Este descanso cósmico e bênção é o primeiro ciclo de alianças que vamos ver na Bíblia. Deus, pelo fato de estabelecer o sábado, está fazendo uma aliança com a sua criação e especialmente com toda a humanidade, representada pelo homem que Ele criou à sua imagem e semelhança. Isto é o que Jesus parece estar se referindo quando ele diz: “O sábado foi feito para o homem, e não homem para o sábado “(Mc 2, 27-28).
Faz sentido. Deus não criou o mundo sem uma razão, como algo completamente separado Dele. Ele cria o mundo e a família humana por amor. O sábado é o sinal dessa aliança e amor. Então Deus, quando dá o sábado e a Lei ao povo de Israel, diz que o sábado é “uma aliança perpétua” (cf. Ex. 31, 16-17). É por isso que o Catecismo chama a História da Criação de “o primeiro passo para a Aliança, como o primeiro e universal testemunho do amor de Deus Todo-Poderoso” (CCC 288). A palavra hebraica para fazer um juramento é “Sabá”, derivada de “sete” em hebraico. Nessa linguagem, jurar (ou fazer uma aliança) é “levar sete” (cf. o juramento de Abraão, em Gen. 21, 27-32). Então, o que Deus parece fazer com o sétimo dia não é tanto um “descanso”, mas introduzir uma aliança eterna com a criação. E esse padrão de alianças continua por toda a Bíblia. Enquanto se lê a História da Criação de acordo com o conteúdo e à unidade de toda a Bíblia, vemos uma outra característica da História da Criação que chama a atenção. A História da Criação fala da criação como a construção de um templo, um lugar Santo onde Deus habita e se reuni com suas criaturas. Como no templo que mandou fazer em Jerusalém, o “templo” da criação é um lugar sagrado onde Ele habita e onde homens e mulheres irão oferece-Lo adoração e sacrifício.
No livro de Jó, capítulo 38, a criação do mundo é descrita como a construção de um templo. Na verdade, se compararmos o relato da criação com os que apresentam a construção da Tenda do Encontro e do Templo, vemos que ambos os locais sagrados são descritos em termos muito semelhantes aos utilizados para a criação do mundo. Por exemplo, quando Moisés construiu a tenda da revelação, Deus fala 10 vezes ( “e o Senhor disse a Moisés … “). Não é por acaso que Deus falou 10 vezes em Gênesis ( “Faça-se …”),  e há outros paralelos. Deus vê que a sua criação é boa (Gn 1, 31). “Moisés viu todo o trabalho e achou que tinha feito de acordo com o que o Senhor tinha ordenado” (Ex 39,43; Gn 2,1; Ex 39,32; Gen 2, 2 e Ex 40, 33). Deus abençoa e santifica o sábado quando termina e Moisés abençoa a “Morada” (cf. Gn 2, 3; Ex 38:43; 40, 9).
As duas narrativas se concluem falando sobre a santidade do sábado (Gn 2, 2-4; Ex 31, 12-17). O mesmo é visto em 1 Reis 6-8, que descreve a construção do Templo. O Rei Salomão consagra o Templo, no sétimo mês, no sétimo dia de uma festa de sete dias, orando sete petições. Mais uma não tão sutil alusão à História da Criação.
Como o Espírito “pairava” sobre a água, o Espírito de Deus encheu o Templo de Salomão (1 Rs 8, 10), como fez na Morada (cf. Ex. 40:35), No templo, o santuário ou “Santo dos santos”, contido na presença de Deus, fazendo sua quarto, o mais santo dos lugares. Na história da criação em Gênesis, o Jardim do Éden, onde Deus colocou o homem e a mulher, é descrito em termos semelhantes aos utilizados para descrever os recintos internos deTemplo. No Jardim entrava-se a partir do leste, como o santuário do Templo. Os querubins colocados por Deus para guardar a entrada do jardim assemelham-se ao Templo de Salomão (cf. Gen 3,24; Ex. 25, 18-22,26-31; 1 Reis 6, 23-29). Deus “passeia” através do jardim (Gn 3, 8). Como está presente no santuário do Templo (cf. Lv26: 11-12; Dt 14:23; 2 Samuel 7: 6-7). Veremos paralelos na próxima lição sobre a criação e a queda do homem e mulher.
Fonte Eletrônica;
https://igrejamilitante.wordpress.com/2016/07/23/curso-de-estudo-biblico-de-genesis-a-jesus-final-da-licao-1/